08 de dezembro, dia da nossa padroeira... Dia de Nossa
Senhora da Conceição.
Embora não seja católica, estudei no Colégio Franciscano Nossa
Senhora Aparecida desde o 4º ano e lá aprendi a conhecer, respeitar e admirar
as imagens e a vida dos santos que nos eram relatadas pelas irmãs franciscanas
com muito carinho. Mesmo minha família não sendo católica, jamais houve
qualquer proibição ou mesmo manifestação de que não deveríamos ir a missa ou
participar de todas as festividades ou comemorações da igreja Católica, assim
sendo, foram várias as procissões de Nossa Senhora que participei ao longo de
minha vida estudantil, sempre com muito respeito e verdadeira adoração. Hoje,
não frequento mais a igreja, não vou as missas, as novenas, ou a procissão de Nossa Senhora da Conceição,
mas conservo em meu coração o carinho, o respeito e a fé neste espírito puro,
que encarnada na vida terrena, doou-se em amor a humanidade, sendo a mãe de
nosso Mestre Jesus Cristo.
Sobre Nossa Senhora da Conceição, escrevi em uma história
para crianças “ A oncinha Acanguaçu” o seguinte:
Um dia eu
andava distraída quando de repente... Ai!... , que susto, um
indiozinho estava bem na minha frente , acabamos ficando amigos e ele me
batizou de Acanguaçu, que na língua dele significava , entre outras
definições " Cabeça Grande ". O tempo foi passando e a nossa
amizade era cada vez mais forte, até que um belo dia não vi mais meu amiguinho,
fiquei triste, desolada, pois tu sabes pequenino que ter um amigo é muito
importante. Pois bem, procurei meu amiguinho e não encontrei, custei a
compreender que a página tinha virado e que para eu rever meu amiguinho,
precisava começar a ler tudo novamente, mas a curiosidade pelo que havia nas
outras páginas do livro me fizeram avançar para a próxima página e, quando
espiei devagarinho, escondido na margem , pois havia vozes alteradas, dois
homens bem diferentes dos índios brigavam; eu não entendia bem o motivo da
briga, mas parece que os dois queriam ser donos do mesmo pedaço de terra,
até que ouvi falarem em "Nossa Senhora da Conceição" ... Sim ouvi bem
direitinho, e a briga acabou, porque eles resolveram doar a terra
para Nossa Senhora da Conceição, uma bonita Senhora, cheia de luz, e
fizeram para ela morar uma casinha branca, pequena, simples mas
cheia de paz e, esta Senhora era tão boa, tão querida por todos naquele lugar
que homens e mulheres deixaram suas casas e construíram moradas novas, próximas a Daquela
Senhora tão boa e, para deixa-la feliz plantaram flores, fizeram uma bonita
praça em frente a sua casinha.
( palavras da oncinha)
E foi assim... Sob o olhar de Nossa Senhora da
Conceição que nasceu o nosso município e é assim, sob o Seu olhar protetor, do
alto do cerro, que Ela olha por nós e recebe todos os anos o carinho da
comunidade católica de Canguçu.. e eu,
humildemente lhe agradeço todas as graças derramadas neste município e lhe peço
com muita fé a Sua proteção, para que possamos todos sermos envolvidos pela Sua
luz, Senhora mãe de Jesus.
Um pouco de história...
A imagem de Nossa Senhora da
Conceição, com cerca de 40 cm de altura “ de rara beleza e fina escultura” é a
primitiva, somente despojada de sua
coroa de prata, maculada pelo raio que caiu em 1914. Essa imagem é de origem
desconhecida e é mais antiga do que a povoação.
No ano de 1870, ao término da guerra
do Paraguai, foi pela primeira vez substituída no altar mor por acharem-na
muito humilde, ao que protestou grande parcela de fiéis, sob a alegação de que:
“Fora aquela
pequenina senhora que batizara, casara e enterrara muitas gerações de fieis e
também fora a que assistira as guerras, as dores e as alegrias locais, e por
isso, no altar mor deveria ficar.”
Este argumento encerrou a discussão
e determinou sua volta ao altar mor.
Em 1912- 1914, teve sua integridade
ameaçada por raios que penetraram por janela lateral existente à direita do
altar mor.
Quando do incêndio da sacristia em
1921 ela foi salva das chamas pelo jovem canguçuense Valter Oliveira Prestes
que, com o risco de queimar-se a salvou das chamas entre aplausos de fieis. Ele
pertencia a confissão religiosa episcopal. Um sinal do atual ecumenismo.
Em 1993, perto dos 200 anos de
canguçu, a histórica imagem foi mandada pintar por restaurador especialista em
Pelotas pelos casais festeiros da novena de 1993, segundo a professora Maria da
Graça Valente da Silveira, em artigo do "Liberal"- Memória da padroeira de
Canguçu 1998.
Fonte: Os
200 anos da Igreja Matriz Nossa Senhora da Conceição. 1800-2000- autor Coronel Cláudio Moreira Bento.
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