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domingo, 26 de junho de 2016

QUEM SOU EU?


Homenagem ao meu Canguçu nos seus 159 anos de História.

Sou um município bastante antigo, normalmente minha história é contada a partir de 1° de janeiro de 1800, com o lançamento da pedra fundamental da Capela Curada de Nossa Senhora da Conceição, porém, eu  tenho muito mais histórias para contar.
No século XVIII, minhas terras serviram de base de guerrilhas portuguesas, comandadas pelo legendário Major Rafael Pinto Bandeira,  contra os espanhóis que  avançavam pelo Rio Grande de São Pedro.
Gosto de imaginar que Érico Veríssimo, ao escrever a sua consagrada obra “ O tempo e o vento” estivesse usando como cenário as minhas terras, quando escreveu o romance Ana Terra, imaginando ele  um lugar ermo, descampado, no entanto, com uma paisagem muito bonita e própria para o desenrolar da história, visto que por aqui costumavam passar os chamados “castelhanos”.

Mas continuando ... Pelo Tratado de Santo Ildefonso, tornei-me fronteira de fato entre as terras que pertenciam a Portugal e Espanha por cerca de 24 anos (1777/1801).  Meus povoadores foram os guerrilheiros das tropas de Rafael Pinto Bandeira,  portugueses deslocados da colônia do Sacramento que passou para o domínio espanhol e açorianos que vieram para povoar  os 7 Povos das Missões por estar estes envolvidos pela Guerra Guaranítica, permaneceram na região de Mostardas, Estreito e São José do Norte, vindo parar em minhas terras.
Somente em 1857, pela Lei Provincial n° 340, passei a existir como município; neste meio tempo, cheguei a integrar os municípios de Rio Grande e Piratini. Meus filhos lutaram em todos os movimentos armados do sul do país, lutaram também no Paraguai e foram integrar as Força Expedicionária Brasileira na Itália, durante a 2ª Guerra Mundial. Esta parte da história é triste, foram muitas perdas brasileiras e eu não gosto de lembrar.
            Sou um município miscigenado, como de resto todo o país. Recebi em minhas terras, portugueses, espanhóis, africanos, italianos, pomeranos e tantos outros, isto  sem falar nos índios, nativos das minhas terras;  desta mistura nasceu este povo canguçuense ao qual agradeço, pois ao longo do tempo fizeram de mim o que hoje sou, um município próspero, reconhecido como um das maiores economias da Zona  Sul do Estado, um município que luta, que prospera e que a cada novo dia se enche de esperança no futuro.