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quarta-feira, 16 de dezembro de 2009

Boas lembranças


31.10.1952


Arquivo: Museu Municipal Capitão Henrique José Barbosa


Acho especial trabalhar, conviver com amigos, aprender coisas novas, descobrir coisas perdidas no tempo, na memória das pessoas, coisas não lembradas a muitos e muitos anos, consideradas sem valor para o mundo exterior, mas de grande valor para quem guarda com carinho no baú das lembranças.



Assim era meu trabalho no Museu Histórico Capitão Henrique José Barbosa. Guardar história, ouvir lembranças, valorizar pessoas, escutar... escutar o que os outros já não tem tempo para ouvir... Viajar junto, voltar no tempo, ir para o passado, dar gostosas risadas com fatos tão pitorescos; chorar... chorar por alguém que foi lembrado, por algum fato triste acontecido, sentir pena, sentir saudade, sentir felicidade, sentir a nostalgia do que foi e nunca mais irá retornar, virar páginas todos os dias, pois cada dia que passa já entra para a história de nossas vidas.



Tenho saudade de mexer nos velhos livros, nas velhas fotografias, nos velhos objetos, muitos tão delicados, mas só quem realmente os ama, consegue ver sua beleza, pois ela não está aparente para olhos comuns, ela só é evidente para os olhos de quem busca além do que está expresso na matéria, a marca que traz impressa a quem pertenceu.



Gostava de ler cartas antigas, cartões postais... Ficava encantada com o traçado das letras, verdadeira arte, mostrando a tranquilidade que vivia-se no passado, podendo dar atenção a mínimos detalhes, como não borrar uma folha escrevendo com caneta bico de pena... passar o mata-borrão, esperar a tinta secar, cuidadosamente dobrar, colocar o sinete e depois enviar por um mensageiro. Tudo isso é muito especial e não pode jamais ser esquecido, para não corrermos o risco de sermos somente seres do futuro, que incapazes de criar, de expressar sentimentos, buscamos na internet mensagens lindas que alguém criou ( totalmente impessoais), e mandamos para nossos amigos querendo fazer crer que aquilo que estamos mandando é o que realmente pensamos ou sentimos.



Enfim... tantas coisas boas para lembrar dos doze anos que trabalhei dentro daquela casa. Aprendi muita coisa, principalmente a valorizar lembranças; gosto mais desta parte do que guardar o que é material. Fiz grandes amigos... aqueles que somente se faz trabalhamos em lugares como este; entre eles guardo com carinho a lembrança do meu amigo de museu "Waldemar Fonseca" , chegava sempre pela manhã, colocava a cadeira a meu lado e dizia:- "Traz de lá as fotografia"... eu trazia e assim passavamos a manhã. Ele tinha uma memória extraordinária, cada foto lhe lembrava o episódio que passava a contar com detalhes. Amigo querido, ainda bem que quando foi despedir-se de mim eu não estava, pois não gostaria de ter na memória esta lembrança triste... Deixou dito apenas que tinha ido dizer adeus, que não voltaria mais... e não voltou. Outro grande amigo de museu foi o "Dr. Amilton Valente da Silveira", incentivador, sempre elogiando tudo que era feito, sempre procurando contribuir com o que sabia, sempre procurando algo novo dentro do que já era velho.



Prometi a Marlene que cuidaria do museu e cumpri enquanto foi possível. Espero amiga que hoje busques vôos mais alto e deixe o que é material para aqueles que ainda estão na matéria. Sei que era teu sonho, teu projeto de vida mas... o que fazer ?? Sinto muito!



Meu desejo é que o museu Capitão Henrique José Barbosa seja como a Fênix !!!



sábado, 12 de setembro de 2009

Piquete "O Vanguardeiro"



O Piquete “ O Vanguardeiro” foi criado em 14 de setembro de 1978, por um grupo de cavalarianos canguçuenses , pertencentes ao CTG Sinuelo, com a finalidade de acender em locais históricos a “Chama Crioula”, símbolo de idealismo e reverência aos heróis do passado e de culto as mais sagradas tradições do pago, transportando-a a cavalo até Canguçu, para as comemorações da Semana Farroupilha , iniciativa esta que congregou as demais entidades tradicionalistas do Município. Neste ano de 2009, será a XXXII Jornada-Cívica.
O nome “ O Vanguardeiro” é uma homenagem ao general Hipólito Pinto Ribeiro, canguçuense, herói das guerras contra Oribe e Rosas 1851-52 e do Paraguai 1865-70 e de destacada atuação na consolidação da República. Desde sua criação o Piquete “O Vanguardeiro” não mede esforços para bem representar seu Patrono.
A primeira diretoria do Piquete “O Vanguardeiro” foi assim constituída:

Comandante: Clementino Carlos Goularte da Fonseca;
Sub-comandante: Adair Prestes dos Santos (Adali);
Conselheiros: Marlene Barbosa Coelho, Raul Soares da Silveira, Fernando Krusser Moreira, Sady Soares da Silva, Armando Ecíquio Perez.
Furriel: Amilton Valente da Silveira;
Ordenança: Willianson Coelho Lopes;
Rancheiros: Zeferino Couto Terres, João Alberto Goularte da Fonseca e Francisco Cardoso.
Cavalarianos: Talai e Tassel Selistre, Moacir Borges Rodrigues, Antero e Antônio Gonçalves da Siva, Domírio Camargo, Arabi Pinto da Silveira, entre outros.

Na Semana Farroupilha de 1978, a Chama Crioula foi acesa na Centenária Fazenda do Cristal, 1º distrito, um dos mais antigos estabelecimentos agropecuários de Canguçu, por Clementino Carlos Goularte da Fonseca, comandante do Piquete “O Vanguardeiro” e por prendas dos CTGs do município.

Na Semana Farroupilha de 1979, o Piquete “O Vanguardeiro” foi buscar a Chama Croiula no 5º distrito de Canguçu, localidade de Pilar, no Marco de Pedra que assinala as primeiras Sesmarias doadas pelo reino de Portugal naquela região.A Chama Crioula foi acesa por Raul Soares da Silveira, esteio do tradicionalismo em Canguçu.
Em 1980, a “Chama Crioula” foi acesa por Armando Ecíquio Peres, representante do Conselho do MTG, na localidade de Vau dos Prestes, no 3º distrito de Canguçu, em homenagem a passagem dos Dragões de Rio Pardo, quando dirigiam-se a Rio Grande a partir de 1756.

No ano de 1981,o acendimento da Chama Crioula deu-se nas Ruínas da Estância de Luiz Marques de Souza , localizada no Rincão dos Marques, no 4º distrito de Canguçu, pela Profª Marlene Barbosa Coelho, Coordenadora Cultural da Semana Farroupilha de 1981.

Em 1982 a “Chama Crioula” foi acesa pelo Presidente do MTG Dr. Dionísio Araújo do Nascimento, no Marco Histórico da Batalha do Seival, BR 293, Bagé. Sendo a centelha que veio para Canguçu foi acesa pelo tradicionalista Pedro de Oliveira Luiz.

No ano de 1983 o Presidente do MTG Onésimo Carneiro Duarte, acendeu a “Chama Crioula”, no local do combate do Cerro dos Porongos em Pinheiro Machado.A centelha que veio para Canguçu foi acesa pelo Conselheiro do Piquete “O Vanguardeiro” Fernando K. Moreira.
Na Semana Farroupilha de 1984, o acendimento da Chama Crioula deu-se nas margens do Arroio Chasqueiro em Arroio Grande pelo Presidente do MTG Onésimo Carneiro Duarte, sendo a centelha acesa pelo Conselheiro do Piquete “O Vanguadeiro” Sady Soares da Silva.
No ano de 1985, o acendimento de uma centelha da Chama Crioula, deu-se no município de Piratini, a partir de uma centelha acesa no Monumento Túmulo de Bento Gonçalves, em Rio Grande, por Adair Prestes dos Santos.
Em 1986, a Chama Crioula foi acesa no Campo do Menezes – Seival, município de Bagé.
Em 1987, a Chama Crioula foi acesa pelo comandante geral da Brigada Militar , Cel. PM Jerônimo Carlos dos Santos Braga, no monumento a Bento Gonçalves em Porto Alegre, tendo sido conduzida ao município de Pedro Osório onde João Alberto Goularte da Fonseca, Gerente de Pavilhões do Piquete “ O Vanguardeiro”, acendeu a centelha da Chama Crioula.
No ano de 1988 a Chama Crioula foi acesa pelo Presidente do MTG, Zeno Dias Chaves, no local onde ocorreu o 1º combate sangrento da Revolução Farroupilha, na Canhada do Verdum, no município de Herval.
Em 1989, a Chama Crioula foi acesa pelo Presidente do MTG, Zeno Dias Chaves, na Praça Crioula Sítio das Trincheiras Farrapas em Caçapava do Sul.
No ano de 1990, o acendimento da Chama Crioula deu-se no Parque Histórico General Bento Gonçalves da Silva, no município de Cristal.
Em 1991, a Jornada Cívica do Piquete Vanguardeiro dirigiu-se ao município de Arroio Grande para o acendimento da Chama Crioula no obelisco em homenagem a Irineu Evangelista de Souza, o Barão de Mauá.
No ano de 1992, a Chama Crioula foi acesa pelo Presidente do MTG, na Câmara Municipal de Jaguarão.
Em 1993, o Piquete “ O Vanguardeiro” completou seus 15 anos, sendo 16 Jornadas Cívicas à cavalo e 13 Pontos Históricos assinalados. A Chama Crioula foi acesa na Vila Freire, no município de Cerrito.
No ano de 1994, a Chama Crioula foi acesa no Mausoléu em homenagem ao General Bento Gonçalves da Silva, na Praça Tamandaré, na cidade de Rio Grande.
A XVIII Jornada Cívica a cavalo, no ano de 1995, foi ao Marco de “Ponche Verde” no município de Dom Pedrito.
Em 1996, o Piquete “ O Vanguardeiro” deslocou-se até o CTG Antônio de Souza Neto, para o acendimento da Chama Crioula.
Em 1997, ano do cinqüentenário da Chama Crioula, a mesma foi acesa no Colégio Júlio de Castilhos em Porto Alegre.
Na XXI cavalgada, no ano de 1998, o Piquete O Vanguardeiro” deslocou-se até Rio Pardo, em homenagem aos 160 anos do Hino Rio-Grandense e Combate do Barro Vermelho, para o acendimento da Chama Crioula.
No ano de 1999, o Piquete “ Vanguardeiro”, deslocou-se até Bagé, onde um descendente do General, acendeu a Chama Crioula no Mausoléu do General Antônio de Souza Netto, no cemitério da cidade.
No ano de 2000, o Piquete “O Vanguardeiro” cavalgou até a cidade de São José do Norte, em homenagem aos 160 anos da Batalha Farroupilha. O acendimento da Chama Crioula ocorreu na Praça Central, pelo Prefeito de São José do Norte.
Em 2001, a XXIV Jornada Cívica do Piquete “ O Vanguardeiro”, dirigiu-se ao município de Alegrete para o acendimento da Chama Crioula.
No ano de 2002, a Chama Crioula foi acesa no Sindicato Rural de Pedro Osório, pelo Prefeito da cidade, tendo sido lido um histórico sobre a antiga Estância do Paraíso, local que abrigou Duque de Caxias em 10.03.1843.

Em 2003, a Chama Crioula foi acesa no Monumento da 21ª Região Tradicionalista no município de Pinheiro Machado.
No ano de 2004, o Piquete “O Vanguardeiro” cavalgou até a cidade de Arroio Grande, onde foi acesa a Chama Crioula no Marco do Gaúcho.
Na XXVIII Jornada Cívica, o Piquete “ O Vanguardeiro deslocou-se para o município de Herval, onde participou da Inauguração do Monumento do Gaúcho e Reinauguração do Marco da Canhada do Verdum: “Por um ideal tombou o Coronel Gervásio Verdum em 22.09.1835”, onde foi acesa a Chama Crioula, no ano de 2005.
No ano de 2006, o Piquete “O Vanguardeiro” deslocou-se até o município de Cerrito, onde realizou a inauguração do Monumento do Gaúcho e acendimento da Chama Crioula.

A XXX Jornada Cívica do Piquete “O Vanguardeiro” foi em homenagem aos 150 anos do município de Canguçu. A Chama Crioula foi acesa no Monumento do Gaúcho, na Praça Central da cidade de Jaguarão.
No ano de 2008, o Piquete “ O Vanguardeiro” foi buscar a Chama Crioula no município de Pedras Altas.
No ano de 2009, o acendimento da Chama Crioula aconteceu no CTG Sepé Tiarajú em São Lourenço do Sul, sendo conduzida para Canguçu, de onde foi distribuída para os municípios da 21ª e 6ª RT.
A 31 anos o Piquete “ O Vanguardeiro” dá demonstrações de Civismo e respeito a Cultura e as Tradições de nosso pago, elevando o nome de Canguçu e da 21ª Região Tradicionalista no cenário Rio-Grandense.

Muitas e sentidas perdas aconteceram durante a trajetória histórica deste Piquete. Entre os cavaleiros já desencarnados encontram-se:
Jorge Alberto Goularte,
Fernando Krusser Moreira,
Zeferino Silveira Idiarte,
Eli da Costa Gonçalves,
Moacir Borges Rodrigues,
Aceoly Ribeiro Rodrigues,
Amilton Valente da Silveira,
Nedi Coelho Pinto,
Santo Silveira,
Daltro Cardoso da Silva,
Francisco Goularte,
Arisoli de Jesus Flores Moreira,
João Francisco Andrade,
José Gaudêncio Soares da Fonseca,
Willianson Coelho Lopes,
Paulo Afonso Marques da Silva.

Entre os que apoiaram o Piquete “O Vanguardeiro”, já desencarnaram:
Marlene Barbosa Coelho ( madrinha ),
Raul Soares da Silveira,
Leda Telesca da Silveira,
Nilza Moreira,
Ary Duarte Rodrigues
Adeli Ribeiro Rodrigues.
" Parabéns ao Piquete " O Vanguardeiro" pela demonstração de civismo e culto as mais caras tradições do nosso Estado."

segunda-feira, 7 de setembro de 2009

CANGUÇU NA REVOLUÇÃO FARROUPILHA



Canguçu esteve presente em todos os movimentos revolucionários do sul do país. Os canguçuenses nunca omitiram-se ou acovardaram-se frente as agitações políticas que envolveram o sul do país nos séculos XIX e XX.
Canguçu participou ativamente nos seguintes movimentos:

REVOLUÇÃO FARROUPILHA

Canguçu teve importância militar durante o período Farroupilha. Francisco Pedro de Abreu instalou a base de Esquerda do Exército e estabeleceu seu posto de comando na antiga cadeia pública do município, por ele mandada construir em 1843 para aprisionar farroupilhas.
A infantaria Legalista montou acampamento em frente a Igreja Matriz ,hoje
Praça Dr. Francisco Carlos dos Santos. A cavalaria de Chico Pedro acampou no Cerro do Ataque , próximo ao CFNSA.
Vários fatos deste movimento armado aconteceram em Canguçu ,entre eles
Chico Pedro foi sitiado por Bento Gonçalves da Silva e Antônio de Souza Neto no
Iguatemi, ficando o local conhecido como picada Caramuru.
O General Antônio de Souza Neto acampou no arroio Pantanoso, divisa do 2º
com o 3º distrito.
Com a finalidade de cobrir a travessia de Chico Pedro no Passo do Mendonça , em 12.06.1843, ao imperiais acamparam na estância de Malaquias Borba, no 5º distrto, ficando o local batizado como " Passo da Guarda ".
Entre os dias 19 e 20 de dezembro de 1844,o próprio Barão de Caxias andou
Pela Coxilha do Fogo , em perseguição ao Gen. Bento Gonçalves da Silva ,que se
protegia às margens do Camaquã.
Dois combates aconteceram em nossas terras; na noite de 26.10.1843, Chico Pedro surpreendeu 300 farroupilhas que acampavam na " Pedra das Mentiras", resultando na morte de 10 farroupilhas e 5 feridos foram aprisionados. Em 06.10.1843, ocorreu o combate do Cerro do Ataque sendo este muito violento, pois com duração de apenas uma hora ,resultou em 35 mortes ( 3 oficiais e 27 soldados ) pelo lado dos farroupilhas e 5 mortos pelo lado dos imperiais ; registrou-se ainda 2 prisioneiros,2 desertores e 60 ferido (farroupilhas ) e 14 imperiais feridos.
Fonte: Canguçu Reencontro com a História - Cláudio Moreira Bento

sábado, 8 de agosto de 2009

sexta-feira, 7 de agosto de 2009

Meu leão com juba de prata

Meu pai era o Titã da força, expressa tanto no físico como em braços fortes e musculosos, com um olhar firme, que não deixava dúvida quanto a sua vontade. Seu cabelo era impecavelmente cuidado, como uma chuva de prata a emoldurar seu rosto. Dono de uma natureza forte e decidida, quando contrariado ou preocupado parecia um mar revolto, com ondas enormes a bater em nossa praia. Quando em paz, um mar tranqüilo e sereno. Senhor de um riso sincero, jamais escondeu o que lhe ia no pensamento, tão pouco freou uma palavra quando esta lhe vinha a boca; não pensava no efeito que causaria, depois de pronuncia-la até arrependia-se , porém, confortava-se a si mesmo dizendo:
-“Esta é a verdade” ou –“ Digo o que penso, não escondo nada de ninguém”.
Este era meu pai querido, Antônio Reyes, o “castelhano”, por várias vezes nos enfrentamos como dois leões que medem sua força e que no fundo sentem profunda admiração um pelo outro.



VENTOS DE MORTE E VIDA

VENTO FORTE QUE ABRE A JANELA DA VIDA...
QUE ENTRA DE REPENTE, QUE GELA, QUE BUSCA, QUE LEVA...
DEIXANDO PARA TRÁS A JANELA ABERTA, BATENDO...
BATENDO,TRAZENDO LEMBRANÇAS DE TEMPOS ANTIGOS,
TÃO DOCES, TÃO FIRMES, TÃO MEUS...
TÃO DIFERENTES DOS MOMENTOS ATUAIS...
TÃO TRISTES, PESADOS, SOMBRIOS...
JANELA ABERTA, POR ONDE AMANHÃ ENTRARÁ O SOL
FORTE, QUENTE,DECIDIDO,
COMO A MÃO QUE PARA ELE SE ESTENDEU...
CHEIA DE CORAGEM E RESIGNAÇÃO
JANELA QUE EU DEIXEI ABERTA
PARA ENTRAR A SAUDADE E A DOCE LEMBRANÇA.

COM ETERNAS SAUDADES DE MEU QUERIDO PAI ANTÔNIO REYES

ZULEICA REYES
Publicado no Recanto das Letras em 22/04/2007Código do texto: T460045
Parabéns meu pai pelo teu dia !
Não te vejo, mas posso sentir tua presença;
Sei que estas em algum lugar e que um dia nos encontraremos; então iremos nos abraçar , falaremos baixinho tudo que deixamos de dizer, um no ouvido do outro e então voltaremos para cumprir nossa promessa.

segunda-feira, 29 de junho de 2009

Meu filho, meu orgulho



ACANDHIS
Ressaltando Vultos Históricos


Histórias são realizações dos homens através dos tempos, tudo o que conquistamos, tudo o que herdamos. Todo o ser humano tem sua história sendo ela gloriosa ou não, assim como toda a cidade ou local tem sua história marcada pelo tempo e pelas pessoas que nela habitam.
Como sabemos Canguçu foi o 33º Município a ser criado no Rio Grande do Sul, portanto não somos um município novo e sendo assim temos muitas histórias que acho importante ressaltar, relembrar e cultivar.
Desde bem pequeno escuto a história deste município através do trabalho da minha mãe no museu Capitão Henrique José Barbosa, aprendi assim que do mais simples objeto até o mais importante documento, tudo tem o seu valor histórico, assim como as pessoas desde aquelas citadas em livros, até as mais simples, todas devem ser lembradas.
Assim a ACANDHIS (Academia Canguçuense de História) é de grande importância para nossa cidade, pois preserva a nossa história, nos fornecendo informações para compreendermos o seu papel histórico.
Acho que as escolas não dão a devida atenção para os estudos relativos ao nosso município, pelo menos não lembro de terem me perguntado quem foram as pessoas que hoje são nomes de rua em nossa cidade, despertando o meu interesse na época. Acho nossa história muito interessante, já participei de duas reuniões desta academia e um projeto do museu municipal (Resgatando a História do Nosso Município) e sinto orgulho ao saber que Canguçu foi importante em algum fato histórico. Tenho certeza que todo aluno teria interesse em aprender curiosidades sobre o município e assim teria, além de orgulho, vontade de saber mais.
Acho que, além daqueles sempre citados na história da cidade, também deveriam ser ressaltados alguns outros nomes. Uma das histórias que neste momento passa em minha cabeça é uma contada por minha mãe, sobre os carnavais de sua juventude e os bichos do “Tio Arlindo”, estas histórias, tenho certeza de que ficaram marcadas em várias lembranças do povo canguçuense, mas este, por exemplo, não sei se tem o nome lembrado em ruas e livros e como ele tantos outros.
Já ouvi dizer que aprendemos com os erros e acertos das outras pessoas, portanto, todos estes vultos são exemplos, e saber sua história nos ajuda a não repetir erros ou copiar seus feitos, nos orgulhando de suas ações. Sei por meu pai, que a bastante tempo faz a genealogia da nossa família que tenho dois antepassados que são patronos da ACANDHIS: O Capitão Henrique José Barbosa, que lutou em várias guerras, morrendo na guerra do Paraguai, tendo sido homenageado com o nome do museu municipal e André Leão Puente, importante professor, que hoje tem seu nome em uma rua de nossa cidade. Não tive oportunidade de conhecer Marlene Barbosa Coelho, mas sei que foi a fundadora do Museu Municipal e teve grande importância para nossa cidade, através de suas pesquisas e seu gosto pelo conhecimento histórico.
Para finalizar gostaria de dizer que acho de grande valor a preocupação da ACANDHIS em buscar preservar conhecimentos relativos aos vultos de grande importância para a história de nosso município e também gostaria de citar um pensamento pessoal que eu acho que pode justificar o que representa o sentido deste trabalho: A história não se faz sozinha e nem de uma hora pra outra, ela precisa de tempo e de pessoas para atuarem neste grande espetáculo.




Gerônimo Goulart Reyes Barbosa
Redação premiada com o terceiro lugar no concurso da ACANDHIS 2009

sexta-feira, 1 de maio de 2009

HOMENAGEM AO DIA DAS MÃES


Minha mãe... mãezinha, olhos cor de mel, serenos e calmos. Jamais vento algum seria capaz de derrubar aquela mulher aparentemente frágil, não no físico, mas no sentimento.
A inteligência era sua marca, tudo registrava, tudo aprendia com facilidade, pouco falava, não exibia o que fazia nem o que pensava, era como água cristalina calma, serena, transparente e pura. Cumpria suas obrigações da melhor forma possível; jamais fazia o que não achasse correto, ou o que não queria, educadamente cultivava amigos e a eles dedicava atenção. Era um porto seguro, nada nem ninguém abalava sua serenidade. Medos... talvez tivesse, porém, eu nunca os vi nos seus olhos cor de mel. Sempre que eu falava com ela olhava diretamente em seus olhos. Eu adorava aqueles olhos cor de mel. Mãezinha, por fim era assim que a chamava.Neifa era o seu nome.

ACONCHEGO

DE BRAÇOS ABERTOS ,
SORRISO NO ROSTO ,
OLHOS BRILHANTES...
PALAVRAS DOCES,
ACONCHEGO DO ABRAÇO ,
PERFUME E AROMA DE FLOR...
SAUDADES ETERNA ,
BENDITA MULHER ,
TÃO MEIGA,TÃO DOCE ,TÃO PURA.
AS VEZES MÃE ,AS VEZES FILHA ...
CRIATURA ADORADA.
QUANDO MÃE...
FORTALEZA,PROTEÇÃO ,LUTA E RESIGNAÇÃO...
QUANDO FILHA...
MIMOSA,CARENTE,EM BUSCA DE PROTEÇÃO.
MÃEZINHA ADORADA,
QUANTA LÁGRIMA CHOREI POR TI...
QUANTA DOR SENTI POR NÃO TER MAIS TUA MÃO...
QUANTA MÁGOA POR VER TEU OLHAR PERDENDO A COR,O VIÇO,A ESPERANÇA.
MÃEZINHA QUERIDA ,QUE DOCE LEMBRAÇA.
ME ACONCHEGO EM TEUS BRAÇOS...SINTO TEU CALOR...
TUA PELE MACIA E QUENTINHA,MÃEZINHA.
ME SINTO CRIANÇA...
BUSCO UM COLO QUE HOJE NÃO PODES ME DAR...
E PENSO NA TRISTE CRIANÇA QUE NUNCA TEVE SUA MÃE PARA AMAR.
TE AMAREI SEMPRE...ALÉM DA VIDA...
E POR TODO O TEMPO QUE A ETERNIDADE PODER ME DAR
TE BUSCAREI E TE ACHAREI UM DIA COMO PÉROLA PERDIDA DO MEU COLAR...
TE AMO !

ZULEICA REYESPublicado no Recanto das Letras em 13/07/2006Código do texto: T193458

quarta-feira, 18 de março de 2009

Três Grandes Amores


... Adoro o passado, amo remexer em lembranças, pois é lá que eu encontro os meus, aqueles que amei e que continuo a amar intensamente.


...Aqui estão três de meus grandes amores que hoje são como estrelas a enfeitar o céu das minhas lembranças. Minha amada mãe Neifa, linda em sua serenidade; minha preciosa avó Jacy que tanto amei e exemplo de bondade e meu rico tiozinho Beto, meu padrinho e de meu filho Eduardo.


...Lembro tanto deste dia... Natal de 1979... Bons tempos aqueles, quando estavamos todos juntos, alegres e felizes . A mesa posta na rua,cheia de iguarias, na sombra de rica parreira de uvas muito doces. Eram assim nossos almoços de Natal, alegria, festa, churrasco muito bem assado pelas mãos dedicadas de um ótimo assador, Antoninho, meu pai que tanto amo; tudo arrematado pelo colorido e gostoso creme "xique", preparado com carinho, desde que o dia amanhecia pela minha avó e minha mãe; diziam elas que tinha que ser feito no dia para ficar novinho e feito muito cedo para gelar até o meio dia. A taça especial, que tinha o dobro do tamanho das outras, era arrumada com capricho por minha avó e já sabiamos todos que ela tinha dono pois minha avó sempre lembrava: -"Esta é do Albertinho, ele adora este creme". E gostava mesmo, todos os anos a história se repetia; minha avó servia a taça e meu tio se deliciava com seu conteúdo após a sesta. Depois da partida de minha mãe e de minha avó eu e a Darli ainda fizemos o tal "creme xique" algumas vezes para agrada-lo, mas agora sinto que não mais o farei, pois não haverá quem o coma com tanto gosto.


Por este motivo amo o passado, porque amo relembrar. É no passado que encontro aqueles que amei, é com as lembranças que rio, que choro, que me emociono, que sinto todos eles vivos e comigo. Peço a Deus que nunca tire de mim as minhas lembranças, tão caras... tão minhas...meus tesouros.

Hoje a saudade...

...Vento forte que abre a janela da vida e entra derrepente...e gela...e busca... e leva...Deixando para trás a janela aberta,batendo...batendo... Janela aberta por onde amanhã voltará a entrar o sol mas entrará também a saudade.
Meu querido "tiozinho"!Deus te abençoe e te envolva com a Sua Luz e a Sua Paz!Tenho a certeza que a tua chegada na eternidade,encheu de felicidade aqueles que tanto te amaram e que antecederam nesta viagem, pois chega ao fim o sofrimento e abre-se os olhos para a verdadeira vida; a nós resta a certeza que a tua lealdade,honestidade e firmeza de caráter ficam como exemplo.Deus te abençoe sempre e muito obrigado por tudo, meu grande amigo!
Muito aproveitei do teu colo amigo e do teu carinho, felizmente meus filhos também o aproveitaram e tenho certeza, terão de ti as mais caras lembranças.

sábado, 21 de fevereiro de 2009

Carnaval 1988

A vida é feita de momentos, lembranças que jamais serão esquecidas, sejam alegres e felizes ou tristes e sombrias.


Entre as muitas lembranças felizes que trago em minha vida está o "Carnaval de 1988 ", quando fui Rainha do Carnaval do Clube Harmonia.


Muita festa, muita alegria, muitos amigos queridos, verdadeiros foliões.



Naquele fevereiro, o Clube Harmonia estava cheio de alegria... Canguçu estava cheio de alegria e nós Rainhas amimávamos a festa ( Zuleica- Clube Harmonia, Ivonete- Clube Recreativo América e Maria Angélica- Rainha do Carnaval Municipal).



Em homenagem ao Centenário da Abolição da Escravatura, minha fantasia denominava-se " Oxum a deusa dos Orixás", e a corte dançava alegremente ao som da música "Canto das Três Raças"; esta linda música expressava todo o sentimento que me ia na alma, um batucar forte, cheio de vida, que parecia trazer para junto de mim tudo o que ela expressava.



Ótimo Carnaval aquele...




Realmente inesquecível!!

Sonho ou Carnaval ???

Carnaval!!!!
Sonho...Fantasia...
Vida que brota da alma, escondida o ano inteiro...
Vem à tona com tamanha euforia , com tanta intensidade
que parece não caber na forma que a encerra,
E ri... e canta... e dança... e dança e vive tudo de uma vez ,
para depois dormir mais um ano,
sossegada e serena.
Se olhar assim, com olhos comuns, não se identifica esta alma intensa
Que dorme na quarta-feira para voltar no próximo carnaval.

segunda-feira, 2 de fevereiro de 2009

CARNAVAL DE 1917



BLOCO CARNAVALESCO " SALTÕES"
As 18 horas de domingo surgia entre aplausos ...... na nossa principal rua a novel associação CC Saltões, que obedecia a seguinte ordem: abrindo o préstito, a comissão de honra composta dos cavalheiros Srs. Pompílio Freitas, Dr. Antônio Bento Soares, seguindo-se o carro de música, tendo a frente o estandarte do Club conduzido pelo Sr. Amaruy Arruda.
Gondola veneziana, carro de belo efeito, conduzido pelas senhoritas Esther Freitas, cigana; Alda Barbosa, colombina; Hilda Krusser, pacarets; Branquinha do Nascimento, odalisca; Chiquinha Piegas e Antonina Moreira, remadoras; Clara Cunha, cigana e Noemia Noguez, florista..
Carro de crítica: conduzindo dois espirituosos Saltões que trouxeram em hilariedade a multidão que os acompanhavam
Carro egípcio conduzindo a rainha, a galante senhorita Diva Barbosa, sua corte e pagens.
Guarda de honra composta por entusiastas Saltões.
As 20 horas recolheu-se o préstito, sendo a gentil soberana acompanhada a té sua residência pela sua corte, membros da diretoria e populares. Sendo ai saudada por Joaquim Oliveira.
Na terça-feira, dia 20, realizou-se no vasto salão do Club Harmonia, gentilmente cedido, um animado baile a fantasia, que prolongou-se até a madrugada, oferecido a galante soberana que compareceu acompanhada de sua corte.
A polonaise, dançada por 54 pares , foi marcada pelo ilustre amigo Capitão Severiano R. do Nascimento, esforçado presidente dos Saltões, tendo como par a rainha.
Abrilhantaram o baile a orquestra dirigida pela família Guerra, ora entre nós.

Durante os dias de carnaval, percorreu as ruas da villa, encorporada e sob fogos de bengala e lampeões venezianos a associação bailante progresso.


FONTE: Jornal - O Gaúcho de 4/03/01917

FOLIA DE MOMO

Carnaval -1917

" O homem sustenta o mundo e a
mulher domina".


Ousado, para a época, o tema do Carro Alegórico


Carnaval- 1944


Bloco Carnavalesco " Filhos do Luar "


Belos Carnavais, com a alegria inocente de verdadeiros foliões ...

Carnaval - 1958

Rainha, Duque, Duquesa e Bloco "Indias Astecas" - Clube Harmonia
"Vem, vem ver os tempos que voltaram...Pierrôts e Colombinas,dos Velhos Carnavais...
Vem, vem ver os Rouxinóis que quarta-feira vão embora, deixando só Saudade em nós..."
Fotos : Álbum Histórico Clube Harmonia

POEIRA DO TEMPO

COMO GRÃO DE AREIA LEVADO PELO VENTO,SEM RUMO,SEM PESO,RECHEADO DE PASSADO E SEM FUTURO. FUTURO...O QUE SERÁ??? O MINUTO SEGUINTE, O DIA DE AMANHÃ,O ANO VINDOURO!!! O FUTURO DE NADA IMPORTA,POIS JÁ ESTOU NELE E TAMBÉM JÁ ESTOU SAINDO; SE CONSIDERAR O MINUTO QUE COMECEI A ESCREVER,JÁ SE TORNOU PASSADO. FICA A PERGUNTA: SERÁ MELHOR O FUTURO OU QUANDO EU LÁ CHEGAR, ANSIAREI POR RETORNAR AO PASSADO? NO TEMPO NÃO EXISTE RETORNO,O HOJE JAMAIS SE REPETIRÁ E O ONTEM JÁ SE PERDEU NA POEIRA DO TEMPO. O HOJE DEIXA SUAS MARCAS PARA DEPOIS PERDER-SE ENTRE TANTOS ONTENS, E O AMANHÃ??? EXISTIRÁ??? SERÁ APENAS UM??? QUANTOS MAIS???

ZULEICA REYES
Publicado no Recanto das Letras em 04/10/2006Código do texto: T256408