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domingo, 9 de junho de 2013

O tempo passa...

       Hoje recebi uma visita que resultou em uma saudade muito gostosa de minha infância. Logo pela manhã visitou minha casa o querido amigo Álvaro Luiz Amaral, o Alvinho; colega desde a Pré-escola, vizinho, companheiro de travessuras quando crianças.

    Relembramos muitos momento felizes da infância. Lembramos quando ele gineteava, montado em uma abóbora de pescoço que meu pai havia trazido de fora, enquanto minha tia Zifa e a  Sera (Serafina) conversavam animadas e eu, aos tapas, queria que ele saísse de cima da abóbora para não estragar. Lembrei de um aniversário dele em que havia um parquinho ou circo montado em cima do bolo; eu muito encabulada pois estava na casa da diretora da minha escola ( Grupo Escolar Irmãos Andradas) e não podia fazer feio. Nesta mesma festa minha mãe e a dona Zelinha, sentadas em um sofá grande de cor clara, faziam planos para o nosso baile de debutantes ( meu e da Raquel, outra querida amiga, que embora more em frente a minha casa, quase não nos vemos, o que lastimo muito, pois tenho por ela uma grande amizade... é a falta de tempo).

    Lembramos de toda a molecada da quadra, dos brinquedos na fábrica de fumos do Sr. Macóta ( Fábrica de Fumos XIRU), quando correndo em fila, atravessávamos a fábrica para nos atirarmos nas folhas de fumo que ficavam no pátio, (acho que para secar) logo depois de uma porta alta por onde nos atirávamos; aquilo era uma diversão, saiamos de lá sujos, cheirando a fumo mas felizes por podermos realizar uma brincadeira, a nosso ver, tão gostosa. Nunca ouvimos do Sr. Macóta qualquer repreensão ou pedido para que saíssemos de lá. Era um tempo diferente aquele; acredito que hoje ninguém gostaria que uma turma de mais de 10 crianças invadissem uma fábrica para brincar, mesmo que o filho do dono estivesse brincando junto.

      Conversamos muito, lembramos muitas travessura, mas quando ele foi embora fiquei com aquele sentimento estranho,  aquela lembrança gostosa, aquela saudade que aperta o coração. Lembrei da dona Neuza, querida, elegante, sempre com suas saias justas e casaquinho, vestia-se sempre com elegância. Pois bem... dona Neuza... seus casaquinhos e saias justas, seus sapatos de salto e sua simpatia. Incrível como o Alvinho se parece com ela, a mesma cor, os olhos vivos, inteligentes, o cabelo escuro e crespo, a mesma alegria... Saudades dona Neuza, tão querida... Dona Ida Duarte e ela eram grandes amigas lembro delas sempre juntas. 
       Quando eu era adolescente trabalhei no Salão de Beleza da Marilaine, como manicure, fazia as unhas das duas amigas todas as semanas. A dona Neuza pintava sempre com a mesma cor  “Zazá” da Colorama; era uma cor lilás, e eu tinha que ter sempre, pois ela não trocava a cor.  Boas lembranças... Eu gosto de sentir esta saudade que aperta o peito, porque elas me trazem estas pessoas queridas para perto, me lembra que viver é muito importante e, que tanto estamos aqui, como já estamos em outro plano... Que bom quando também lembrarem de nós e sentirem esta saudade que dói no peito, sinal que deixamos boas lembranças.



                   Neuza Paes do Amaral

           Diretora do Grupo Escolar Irmãos Andradas 







          Foto: Arquivo fotográfico do Museu Municipal 
                   Capitão Henrique José Barbosa

Um comentário:

Zuleica Reyes Barbosa disse...

Minha querida Zuleica, venho aqui deixar registrado em teu blog, a satisfação que tive em estar em tua casa ,sendo recebido com teu abraço fraterno,e tendo a mais nítida impressão que o tempo e a distância que separa nossos caminhos nunca mudaram aqueles laços trançados em nossa infância , sentado em tua sala experimentei uma inusitada viagem no tempo, nos vi de novo correndo e brincando no corredor que dividia a tua casa da casa da vó Jaci, avistei teus pais o Antoninho a Tia Neifa, o velho açougue da vô Tacico, brinquei com o Beto a Leila, corremos na rua denovo, peleamos nos fumos da fabrica do seu Macota, pesquei na grama com o Mimoso (Antonio Florencio) ,comi tenaz , kkkkkk,roubei butiá da dona Alda, enchi meus olhos dàgua ao lembrar que a maioria destes elenco esta morando hoje na morada eterna, mais estão vivos dentro de nós, ao sorver um gostoso chimarrão alcançado por teu esposo,GEDER BARBOSA, outro valoroso amigo de infância, também experimentei o doce amargo da saudade e das lembranças deixadas ai nestas duas quadras , do inicio da rua da frente,
Senti meu peito apertado, mais novamente renovado ao ver teus filhos, lindos meninos de sorrisos claro e abertos perpetuando nossos laços tendo a certeza que nossas historias vão se perpetuar e se renovar a cada encontro amenizando a distancia que nos separou,hoje te escrevo emocionado , agradecendo por estes momentos maravilhosos que tive dentro de teu lar, pelo abraço amigo e sincero de tua família, só me resta agradecer a Deus, e pedir que Ele te abençoe sempre mais e mais , nesta caminhada.....linda e vitoriosa, um grande beijo e um forte abraço , do amigo de vcs de hoje e sempre. Alvinho.