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quarta-feira, 16 de novembro de 2011

MOVIMENTO ABOLICIONISTA

A partir da guerra do Paraguai, novas idéias entram a agitar a sociedade brasileira, com inevitáveis reflexos em todas as províncias.
A escravatura havia se tornado uma instituição odiosa, verdadeira mancha na civilização brasileira, principalmente considerando que era o Brasil o único país do Ocidente que ainda a conservava.
Durante o prolongado conflito do Paraguai, homens de cor haviam lutado ombro a ombro com os brancos e revelado ótimas qualidades militares, espírito de sacrifício, bravura e alto sentimento de compreensão na defesa da Pátria comum. Contra essa iniquidade que nos envergonhava levamtou-se uma campanha sem trégua.

Fonte: Arthur Ferreira Filho



A ABOLIÇÃO DA ESCRAVATURA EM CANGUÇU




Ao final da Guerra do Paraguai, a Loja Maçônica Fé, integrada em campanha, só por militares, solicitou com veemência, ao Visconde do Rio Branco, maçom de grande influência nos destinos do Império, providência para a extinção da Escravidão.

O espírito libertador foi trazido para Canguçu pelos canguçuenses que combateram no Paraguai, ao comando do Ten. Cel. Honorário do Exército Theóphilo de Souza Matos, comandante do Corpo de Cavalaria da Guarda Nacional de Canguçu.
No retorno da guerra, foram homenageados pela Maçonaria e comunidade, tendo sido libertadas, na cerimônia, duas meninas escravas, no local que passou a ser conhecido como Cerro da Liberdade. Foi orador desta cerimonia coordenada pelo abolicionista e maçom, Enéas Gonzaga Moreira, o professor Antônio Joaquim Bento.
As crônicas sociais nos jornais de Pelotas, vez por outra registravam em Canguçu casamentos em famílias importantes que em comemoração as bodas, os pais dos noivos libertavam alguns escravos. Em 23 de abril de 1883, casaram na igreja matriz Felisberto Piegas e Túlia Luz. Em festejos na casa do noivo, o professor Antônio Joaquim Bento falou sobre o significado do casamento e declarou que estava autorizado, pela mãe do noivo a declarar livre seu escravo Luiz e pelo pai da noiva as suas escravas Feliciana e Carlota e mais o escravo Felipe, por cotização entre os convidados do casamento.
Em 28 de setembro de 1884, na Câmara Municipal de Canguçu, foi organizado o Clube Emancipador de Escravos de Canguçu, presidido pôr Bernardino Pinto Ribeiro, tendo por tesoureiro Enéas Gonzaga Moreira, como secretário Antônio Manoel da Costa, como gerentes Amélia Moreira e Theóphilo Barbosa Matos e como oradora, Túlia Luz. Na praça principal foram lidas 14 cartas de alforrias, sem ônus, conforme assinalou o Correio Mercantil de Pelotas de 16 de outubro de 1884.
Em 2 de maio de 1884, João Paulo Prestes e Henrique do Estreito alforriaram os seus escravos.
Em 2 de abril de 1888, Canguçu que era o 2º município em número de escravos, os declarou todos livres, 40 dias antes da Lei Áurea.



Fonte: Informativo "O Guarapes" Autoria: Cláudio Moreira Bento


A 13 de maio de 1888, realizou este clube, jubilosa comemoração da Lei Áurea no Cerro da Liberdade, que já possuía este nome desde 1870, após foi extinto já que não mais havia razão para sua existência.


O Almanaque da Província do ano de 1887 publicou o número de escravos da Província do Rio grande do Sul por município: Rio Grande 844, Canguçu 839, Encruzilhada 645, Cachoeira 464, São José do Norte 408, Piratini 391, Pelotas 341, Caçapava 323, Gravataí 279, Herval 258, Santa Vitória 255, Santo Antônio da Patrulha 252, Rio Pardo 232, São Jerônimo 225, São Francisco de Paula 225, Osório 220, Santo Amato 109, São Martinho 157, São Sepé 153, Jaguarão 142, Soledade 140, Cruz Alta 131, Dom Pedrito 117, Pinheiro Machado 112, Lagoa Vermelha 93, Bagé 82, Arroio Grande 73 e Porto Alegre 58.


FONTES: -Revista do Centenário de Pelotas e Arquivo Nº 2- Museu Histórico Municipal Capitão Henrique José Barbosa



Dia 20 de novembro, dia Nacional da Consciência Negra, dia de um verdadeiro abraço de irmãos... abraço daqueles que não olham a cor da pele e sim, o que está no coração.


Valeu Zumbi !





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