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quarta-feira, 12 de novembro de 2008

O TROPEIRISMO EM CANGUÇU

Em função das charqueadas de Pelotas, Canguçu por muitos anos foi local de passagem de tropas de gado e carretas provenientes de diversos municípios do RS na fronteira com o Uruguai .
O itinerário das tropas em Canguçu era : Passo do Goulart ( no arroio Bica), Fazenda de Belchior Dias, Coxilha do Fogo ( Campolino Borges), Passo da Corunilha ( Genes Barbosa e Zacarias da Rosa), Lacerda ( Família Terres), Canguçu, sede, onde acampavam à sombra do úmbu ( Local onde hoje encontra-se a Constrular).
Chegavam a Canguçu pelo desvio da estrada das tropas. Ao seguir viagem em direção a Pelotas, acampavam na Coxilha dos Amaral, local de boa pastagem para o gado, 1ª Encruzilhada no Morro Redondo e Capão Alto entre Morro Redondo e Capão do Leão.
No mangueirão de Pedras da Lacerda, conhecida pelos tropeiros como" Mangueira Enterrada", eles punham o gado encerrado e dormiam uma noite tranqüila após muitas vigílias em pousos onde não haviam encerras seguras.
Observa-se também que com a decadência do Ciclo do Ouro em Minas Gerais e início do Ciclo do Café no vale do Paraíba, o tropeirísmo de mulas voltou-se para produzir e abastecer de mulas as fazendas de café, pois o mesmo foi transportado em lombo de mulas, através da Serra do Mar, para os portos litorâneos de Angra dos Reis e Parati.
Canguçu, na região próxima a Vila Freire foi um grande produtor de mulões, mulas de grande estatura e muito disputadas em Sorocaba, daí o nome da localidade, que com o passar dos tempos passou a um mapa do município como "Rincão dos Melões".


Finalizando, acrescenta-se que substituindo as carretas de transportes de carga, em Canguçu o primeiro caminhão, que trazia mercadorias para distribuição no município foi de propriedade de Antônio Valente.
Em 1885 a diligência Lemos passou a fazer o trajeto Canguçu - Pelotas semanalmente, levando um dia para percorrer o percurso, levava 4 passageiros ,com uma bagagem máxima permitida de 5 quilos por pessoa.
Em 1939, foi inaugurada a linha de ônibus Canguçu- Pelotas, sendo que o primeiro ônibus a fazer esta linha pertencia a empresa Madri e Lucas.
Em 1948, foi inaugurada em Canguçu a Estação Ferroviária, com a chegada do primeiro trem no dia 16 de outubro, havendo linha regular daqui para Pelotas, tanto de cargas como de passageiros, somente sendo desativada em 1961.

Fonte: Arquivo Marlene Barbosa Coelho - Museu Municipal "Capitão Henrique José Barbosa"

Um comentário:

Unknown disse...

Senhora Zuleica,

Parabéns pelo belo trabalho escrito para revista Cançucu 200 anos.
Me chamo Sergio Kazutomi Arakaki, filho de Dinorah Alves Arakaki, Neto de Ernestina Alves Coutinho e bisneto de Ana Izidora de Moraes que foi casada com Antonio Coutinho da Rocha (que não sei porque tem nome de rua em sua tão bela e historica cidade).
Estou em busca de minha origens e gostaria de saber se podes me ajudar.
Vivo hoje em Maimi-Fl/USA. Agradeceria imensamente se pudesse me retornar esse e-mail e caso não possa me ajudar, encaminhar esse e-mail a quem possa.

Cordialmente,

Sergio Arakaki
(786) 362-0313