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sexta-feira, 15 de agosto de 2008

Sobre a criação do município e fundação da Igreja Matriz

Após concedida a permissão para a construção de uma Igreja no terreno, doado pelos sesmeiros, em vistas de não haver consenso sobre a questão de limites, por ordem do governador ficou estabelecido que, enquanto não se formasse uma irmandade legalmente constituída, o cura com dois homens bons do lugar, administrassem os terrenos, servindo um de escrivão e outro de tesoureiro.
Em 1º de janeiro de 1800, sob a presidência do Revdo. Padre Tourem, foram os estatutos organizados, no qual foi declarado que o terreno pertencia irrevogavelmente a Padroeira de Cangussú, Nossa Senhora da Conceição e que seriam divididos em 2 classes: Uma para fundar a povoação e edificar casas nas ruas marcadas e outra seria dada em aforamento ou arrendamento para cercados, potreiros e outra servidão.
Os terrenos da primeira classe seriam vendidos a patacão ( correspondente a 960 réis ) por braça
(2,2 metros de frente e 20 de fundo) ficando assim sendo propriedade do comprador. Os de segunda classe seriam aforados à razão de 15 réis a braça.
Na mesma data foi inaugurada a pedra angular da atual Matriz. O visitador Padre Pedro Cortez de Toledo assistiu as festividades e nomeou o padre Tourem como cura da capela a qual foi anexada à Matriz de Rio Grande.
Seguiram os trabalhos; com 2.000,00 contos de Réis já coletados e o produto de outras esmolas, foi edificada a igreja e no dia 8 de janeiro de 1804, benta e colocado seu sacrário pelo padre visitador Agostinho Mendes dos Reis.
A Imagem de Nossa Senhora da Conceição é primitiva, mede 40 cm.de altura e é notável execução escultural, não se sabe onde foi adquirida. Diz-se que por volta de 1870 alguns devotos cogitaram em substitui-la por outra muito maior. Estabeleceu-se enérgica concorrência de opinião contrária, sendo que esta permaneceu: Alegava-se que aquela pequena Senhora fora a mesma que batizara, casara e enterrara uma geração de fiéis e que já havia assistido as guerras, dores e alegrias locais.
As imagens de São José e de Nossa Senhora das Dores são doação de um velho casal canguçuense. A do Arcanjo São Miguel é de madeira e muito tosca, foi mandada fazer em 1902 pelo Padre Blondet, por um carpinteiro da Sanga Funda. A pia batismal foi feita e oferecida por Marcelino Tolozan, de Caçapava.
A escritura de doação do terreno, assim como a fundação da casa curato foi confirmada em 1808.O curato foi elevado a freguesia por cara régia de 31 de janeiro de 1812. Tudo isso com autorização de D. João VI.


FONTE: História de Canguçu- Extraído de contos de autoria de J Simões Lopes Neto Arquivo nº 2 - Museu Municipal Capitão Henrique José Barbosa

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