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quarta-feira, 12 de novembro de 2008

INAUGURAÇÃO DA ESTRADA DE FERRO- 16/10/1948

Fotos : Arquivo Fotográfico Museu Municipal "Capitão Henrique José Barbosa"

" Imagino a beleza da paisagem - Pelotas- Canguçu- Santa Maria" . Matas, pássaros, cachoeiras e pequenos animais...
Deveria ser linda a viagem neste trem...
Sinto uma ponta de saudade daquilo que nem cheguei viver...


O TROPEIRISMO EM CANGUÇU

Em função das charqueadas de Pelotas, Canguçu por muitos anos foi local de passagem de tropas de gado e carretas provenientes de diversos municípios do RS na fronteira com o Uruguai .
O itinerário das tropas em Canguçu era : Passo do Goulart ( no arroio Bica), Fazenda de Belchior Dias, Coxilha do Fogo ( Campolino Borges), Passo da Corunilha ( Genes Barbosa e Zacarias da Rosa), Lacerda ( Família Terres), Canguçu, sede, onde acampavam à sombra do úmbu ( Local onde hoje encontra-se a Constrular).
Chegavam a Canguçu pelo desvio da estrada das tropas. Ao seguir viagem em direção a Pelotas, acampavam na Coxilha dos Amaral, local de boa pastagem para o gado, 1ª Encruzilhada no Morro Redondo e Capão Alto entre Morro Redondo e Capão do Leão.
No mangueirão de Pedras da Lacerda, conhecida pelos tropeiros como" Mangueira Enterrada", eles punham o gado encerrado e dormiam uma noite tranqüila após muitas vigílias em pousos onde não haviam encerras seguras.
Observa-se também que com a decadência do Ciclo do Ouro em Minas Gerais e início do Ciclo do Café no vale do Paraíba, o tropeirísmo de mulas voltou-se para produzir e abastecer de mulas as fazendas de café, pois o mesmo foi transportado em lombo de mulas, através da Serra do Mar, para os portos litorâneos de Angra dos Reis e Parati.
Canguçu, na região próxima a Vila Freire foi um grande produtor de mulões, mulas de grande estatura e muito disputadas em Sorocaba, daí o nome da localidade, que com o passar dos tempos passou a um mapa do município como "Rincão dos Melões".


Finalizando, acrescenta-se que substituindo as carretas de transportes de carga, em Canguçu o primeiro caminhão, que trazia mercadorias para distribuição no município foi de propriedade de Antônio Valente.
Em 1885 a diligência Lemos passou a fazer o trajeto Canguçu - Pelotas semanalmente, levando um dia para percorrer o percurso, levava 4 passageiros ,com uma bagagem máxima permitida de 5 quilos por pessoa.
Em 1939, foi inaugurada a linha de ônibus Canguçu- Pelotas, sendo que o primeiro ônibus a fazer esta linha pertencia a empresa Madri e Lucas.
Em 1948, foi inaugurada em Canguçu a Estação Ferroviária, com a chegada do primeiro trem no dia 16 de outubro, havendo linha regular daqui para Pelotas, tanto de cargas como de passageiros, somente sendo desativada em 1961.

Fonte: Arquivo Marlene Barbosa Coelho - Museu Municipal "Capitão Henrique José Barbosa"

domingo, 5 de outubro de 2008

Praça D Pedro II - Praça Marechal Floriano - Praça Dr. Francisco Carlos dos Santos

Meus olhos buscam na beleza desta imagem, recordações de tempos passados, e me enchem a alma de alegria e lembranças... Meu Canguçu " A magnífica dos cerros "... como és bela!!

(fotografia - Arquivo do Museu Cap. Henrique José Barbosa )

sexta-feira, 15 de agosto de 2008

Nas asas do tempo

Os dias voam nas asas do tempo... Se alegres,são felizes,coloridos, carregados de vida... de música e dança,de gargalhar sem disfarces,sem máscaras...sem nada que pese ou encubra sua luminosidade. Se tristes...Ah!Se tristes são sombrios,iguais,carregados de uma saudade sonolenta que teima em ficar. Os dias voam nas asas do vento,como pássaros sem rumo que batem suas asas para o meio da noite,morrendo em um céu bordado de estrelas,suave e tranquilo como os dias felizes ...ou simplesmente morrendo na noite calada e triste para renascer novamente em mais um dia calado e triste...igual.
ZULEICA REYES
Publicado no Recanto das Letras em 23/04/2006

Sobre a criação do município e fundação da Igreja Matriz

Após concedida a permissão para a construção de uma Igreja no terreno, doado pelos sesmeiros, em vistas de não haver consenso sobre a questão de limites, por ordem do governador ficou estabelecido que, enquanto não se formasse uma irmandade legalmente constituída, o cura com dois homens bons do lugar, administrassem os terrenos, servindo um de escrivão e outro de tesoureiro.
Em 1º de janeiro de 1800, sob a presidência do Revdo. Padre Tourem, foram os estatutos organizados, no qual foi declarado que o terreno pertencia irrevogavelmente a Padroeira de Cangussú, Nossa Senhora da Conceição e que seriam divididos em 2 classes: Uma para fundar a povoação e edificar casas nas ruas marcadas e outra seria dada em aforamento ou arrendamento para cercados, potreiros e outra servidão.
Os terrenos da primeira classe seriam vendidos a patacão ( correspondente a 960 réis ) por braça
(2,2 metros de frente e 20 de fundo) ficando assim sendo propriedade do comprador. Os de segunda classe seriam aforados à razão de 15 réis a braça.
Na mesma data foi inaugurada a pedra angular da atual Matriz. O visitador Padre Pedro Cortez de Toledo assistiu as festividades e nomeou o padre Tourem como cura da capela a qual foi anexada à Matriz de Rio Grande.
Seguiram os trabalhos; com 2.000,00 contos de Réis já coletados e o produto de outras esmolas, foi edificada a igreja e no dia 8 de janeiro de 1804, benta e colocado seu sacrário pelo padre visitador Agostinho Mendes dos Reis.
A Imagem de Nossa Senhora da Conceição é primitiva, mede 40 cm.de altura e é notável execução escultural, não se sabe onde foi adquirida. Diz-se que por volta de 1870 alguns devotos cogitaram em substitui-la por outra muito maior. Estabeleceu-se enérgica concorrência de opinião contrária, sendo que esta permaneceu: Alegava-se que aquela pequena Senhora fora a mesma que batizara, casara e enterrara uma geração de fiéis e que já havia assistido as guerras, dores e alegrias locais.
As imagens de São José e de Nossa Senhora das Dores são doação de um velho casal canguçuense. A do Arcanjo São Miguel é de madeira e muito tosca, foi mandada fazer em 1902 pelo Padre Blondet, por um carpinteiro da Sanga Funda. A pia batismal foi feita e oferecida por Marcelino Tolozan, de Caçapava.
A escritura de doação do terreno, assim como a fundação da casa curato foi confirmada em 1808.O curato foi elevado a freguesia por cara régia de 31 de janeiro de 1812. Tudo isso com autorização de D. João VI.


FONTE: História de Canguçu- Extraído de contos de autoria de J Simões Lopes Neto Arquivo nº 2 - Museu Municipal Capitão Henrique José Barbosa

Na janela


" 69 anos nos separam deste momento cívico".
07.09.1939
O que pensaria a moça na janela?
Quais seriam seus sonhos?
Teria ela realizado algum ou apenas olhou a vida passar observando-a de sua janela?
Não sei definir o que sinto quando vejo imagens assim, tão especialmente bonitas e tão nossas.
Que canguçuense não acharia especial uma fotografia como esta?

domingo, 13 de julho de 2008


NOS MEUS OLHOS----

NA VIDA E NA HISTÓRIA O TEMPO NÃO PARA E GIRA E PASSA...E TORNA A GIRAR E TRÁS Á LEMBRANÇA MEMÓRIAS PASSADAS, DE TEMPOS TÃO MORNOS, TÃO VIVOS...ME FAZ RECORDAR.
VOLTO OS OLHOS NO TEMPO. DA GRANDE JANELA, NO CALOR DA RUA, A PRAÇA QUE HOJE OLHO AOS POUCOS VAI PERDENDO A COR..., O LADRILHO, OS MUROS, AS FLORES, OS CANTEIROS BEM FORMADOS, OS BANQUINHOS DE MÁRMORE E ATÉ OS MONUMENTOS SE PERDEM...A POEIRA DO TEMPO ACENTA NOS BANQUINHOS DE MADEIRA, NA CERQUINHA DE TÁBUAS, NO CHÃO POEIRENTO. E EU VEJO HOMENS COM SEUS CHAPÉUS E BENGALAS PASSAREM MANSAMENTE, NA MEMÓRIA DAS MINHAS LEMBRANÇAS E MULHERES BONITAS, COM FEIÇÕES PORTUGUESAS E ESPANHOLAS...CABELOS FRISADOS, VESTIDOS SÓBRIOS...COMPRIDOS, CHAPÉUS DECORADOS E BONITAS SOMBRINHAS. TUDO ISSO EU VEJO DA JANELA DO CASARÃO.
E VEJO TAMBÉM A RUA, MARCADA DE PASSOS, DAQUELES QUE ANDAM NO RASTRO DA HISTÓRIA E PENSO...DE QUEM SÃO ESTAS MARCAS? PARA ONDE VAI ESTA GENTE QUE VAI E QUE VEM,QUE SOBE A RUA DA GRANDE LADEIRA, PASSA EM FRENTE AO CASARÃO E ME OLHA COM OLHAR DE 200 ANOS PASSADOS; QUE REVERENTE FAZ O SINAL DA CRUZ E ENTRA NA IGREJA, QUE TAMBÉM PERDEU SUA COR...SUA IMPONÊNCIA...SUAS TORRES...SEU SINO E É, NADA MAIS DO QUE UMA SIMPLES CAPELA, TENDO EM LUGAR DE DESTAQUE SUA PIA BATISMAL, FORJADA EM GRANITO PELAS MÃOS HÁBEIS DAQUELE ITALIANO. É DESTE MONUMENTO QUE A MÃO É LEVANTADA E ABENÇOA COM ÁGUA SAGRADA A FRONTE DAQUELES QUE HOJE CRIANÇAS, AMANHÃ HOMENS E DEPOIS NADA...APENAS NOMES PERDIDOS NO TEMPO, NAS PÁGINAS DA HISTÓRIA QUE EU VOU PROCURAR.
PARO, FECHO OS OLHOS,DESCANSO EM MEUS DEVANEIOS E ALGO ME CHAMA ATENÇÃO, PORQUE TANTOS HOMENS ENTRAM NAQUELA CASA GRANDE QUASE NA ESQUINA? O QUE FAZEM LÁ AQUELES SENHORES QUE PARECEM QUERER ESCREVER O DESTINO COM SUAS MÃOS?...VOLTO A MIM E PERCEBO QUE AQUELA JÁ NÃO EXISTE...HOJE MODERNA...NO PASSADO FOI LOCAL ONDE VÁRIAS DECISÕES FORAM TOMADAS E SE PERDEU...PERDEU-SE TAMBÉM NO ENCANTO DO TEMPO O MUDO CINEMA...
AH! QUANTA VIDA MEU DEUS NESTE LUGAR. EU VEJO ATRAVÉS DO VÉU AS PARTIDAS DANÇANTES NO CASARÃO DO OUTRO LADO DA PRAÇA. PARECE QUE ESCUTO OS PASSOS SUBINDO AS ESCADAS, NA CALÇADA E LÁ DENTRO, A FRACA ILUMINAÇÃO, A LIRA TOCANDO, OS OLHARES FURTIVOS, O CHEIRO DO CHARUTO E DE FLOR DE ALFAZEMA SE MISTURAM PELO AR. NO ACORDE DA DANÇA TÃO RESPEITOSA E SINGELA, AQUELE OLHAR...AQUELE QUE JÁ NÃO EXISTE, DOCE E LÂNGUIDO, QUE FAZ UM CONVITE, CONVITE PARA AMAR...CONSTRUIR NOVA VIDA E SIMPLESMENTE MORAR...DEIXAR A VIDA PASSAR E MORRER...MORRER NA HISTÓRIA DAQUELE MOMENTO E VOLTAR A JANELA DO CASARÃO 200 ANOS DEPOIS E ENCHERGAR O TEMPO MUDANDO, AS IMAGENS INDO EMBORA, PERDENDO-SE NAS OBRAS DO CERRO...A VIDA RETORNANDO, AS CORES VOLTANDO, TRAZENDO NO INFINITO DO TEMPO A AGITAÇÃO A NOVA ERA. PESSOAS QUE PASSAM NO LADRILHO DA PRAÇA, CRIANÇAS QUE CORREM, O SINO QUE TOCA, BUZINAS, CARROS, VIDA...VIDA PULSANDO A TODO MOMENTO E EU PARO, FECHO A JANELA E PENSO: COMO SERÁ CANGUÇU DAQUI A 200 ANOS? E EU, ONDE ESTAREI?

( HOMENAGEM AO MEU QUERIDO CANGUÇU NOS SEUS 200 ANOS DE HISTÓRIA)
ZULEICA REYES
Publicado no Recanto das Letras em 23/04/2006

domingo, 6 de julho de 2008

Canguçu - 1912


Procissão- Centenário da Freguesia - 1912


"Onde vai esta gente que vai e que vem... Que sobe a rua da grande ladeira, passa em frente ao casarão e me olha com olhar de 200 anos passados"

Lágrimas de Letras

O que sinto esconde-se em meio as letras do que escrevo.
Sufoco emoções , guardo lembranças , encerro mágoas e recentimentos.
Incrivel , como a mesma letra tem o poder de expressar ou esconder tantas emoções ao longo da vida.
Muitas vezes choro lágrimas de letras sobre um papel branco e tempos depois leio-as
e vejo que as minhas lágrimas de letras ainda estão lá e são eternas,
trazendo a tona os mesmos sentimentos ... do mesmo jeitinho que deixei ,
enquanto que as lágrimas dos olhos secaram...viraram sorrisos...
novamente verteram e se apagaram ,e as letras continuam lá ...guardadas
...esperando para serem lidas , renascendo cada vez que desdobro o papel.
Lágrimas de letras são eternas ...a dor e a felicidade são passageiras ,como as lágrimas dos olhos.

Zuleica Reyes
Publicado no Recanto das Letras em 14/09/2006

Canguçu- "Assim nascemos a mais de 200 anos"


Canguçu nasceu da necessidade portuguesa de assegurar a posse da terra contra as invasões espanholas.


... Sesmarias são doadas.

... Desencontros, rivalidadades, disputas,

... Enfim a paz. Nossa Senhora da Conceição nos abraça com seu manto de Luz.

... Assim nascemos, oficialmente em 30 de dezembro de 1799.

... 1º de janeiro de 1800, fincamos nossas raizes nesta terra.