NOS MEUS OLHOS----
NA VIDA E NA HISTÓRIA O TEMPO NÃO PARA E GIRA E PASSA...E TORNA A GIRAR E TRÁS Á LEMBRANÇA MEMÓRIAS PASSADAS, DE TEMPOS TÃO MORNOS, TÃO VIVOS...ME FAZ RECORDAR.
VOLTO OS OLHOS NO TEMPO. DA GRANDE JANELA, NO CALOR DA RUA, A PRAÇA QUE HOJE OLHO AOS POUCOS VAI PERDENDO A COR..., O LADRILHO, OS MUROS, AS FLORES, OS CANTEIROS BEM FORMADOS, OS BANQUINHOS DE MÁRMORE E ATÉ OS MONUMENTOS SE PERDEM...A POEIRA DO TEMPO ACENTA NOS BANQUINHOS DE MADEIRA, NA CERQUINHA DE TÁBUAS, NO CHÃO POEIRENTO. E EU VEJO HOMENS COM SEUS CHAPÉUS E BENGALAS PASSAREM MANSAMENTE, NA MEMÓRIA DAS MINHAS LEMBRANÇAS E MULHERES BONITAS, COM FEIÇÕES PORTUGUESAS E ESPANHOLAS...CABELOS FRISADOS, VESTIDOS SÓBRIOS...COMPRIDOS, CHAPÉUS DECORADOS E BONITAS SOMBRINHAS. TUDO ISSO EU VEJO DA JANELA DO CASARÃO.
E VEJO TAMBÉM A RUA, MARCADA DE PASSOS, DAQUELES QUE ANDAM NO RASTRO DA HISTÓRIA E PENSO...DE QUEM SÃO ESTAS MARCAS? PARA ONDE VAI ESTA GENTE QUE VAI E QUE VEM,QUE SOBE A RUA DA GRANDE LADEIRA, PASSA EM FRENTE AO CASARÃO E ME OLHA COM OLHAR DE 200 ANOS PASSADOS; QUE REVERENTE FAZ O SINAL DA CRUZ E ENTRA NA IGREJA, QUE TAMBÉM PERDEU SUA COR...SUA IMPONÊNCIA...SUAS TORRES...SEU SINO E É, NADA MAIS DO QUE UMA SIMPLES CAPELA, TENDO EM LUGAR DE DESTAQUE SUA PIA BATISMAL, FORJADA EM GRANITO PELAS MÃOS HÁBEIS DAQUELE ITALIANO. É DESTE MONUMENTO QUE A MÃO É LEVANTADA E ABENÇOA COM ÁGUA SAGRADA A FRONTE DAQUELES QUE HOJE CRIANÇAS, AMANHÃ HOMENS E DEPOIS NADA...APENAS NOMES PERDIDOS NO TEMPO, NAS PÁGINAS DA HISTÓRIA QUE EU VOU PROCURAR.
PARO, FECHO OS OLHOS,DESCANSO EM MEUS DEVANEIOS E ALGO ME CHAMA ATENÇÃO, PORQUE TANTOS HOMENS ENTRAM NAQUELA CASA GRANDE QUASE NA ESQUINA? O QUE FAZEM LÁ AQUELES SENHORES QUE PARECEM QUERER ESCREVER O DESTINO COM SUAS MÃOS?...VOLTO A MIM E PERCEBO QUE AQUELA JÁ NÃO EXISTE...HOJE MODERNA...NO PASSADO FOI LOCAL ONDE VÁRIAS DECISÕES FORAM TOMADAS E SE PERDEU...PERDEU-SE TAMBÉM NO ENCANTO DO TEMPO O MUDO CINEMA...
AH! QUANTA VIDA MEU DEUS NESTE LUGAR. EU VEJO ATRAVÉS DO VÉU AS PARTIDAS DANÇANTES NO CASARÃO DO OUTRO LADO DA PRAÇA. PARECE QUE ESCUTO OS PASSOS SUBINDO AS ESCADAS, NA CALÇADA E LÁ DENTRO, A FRACA ILUMINAÇÃO, A LIRA TOCANDO, OS OLHARES FURTIVOS, O CHEIRO DO CHARUTO E DE FLOR DE ALFAZEMA SE MISTURAM PELO AR. NO ACORDE DA DANÇA TÃO RESPEITOSA E SINGELA, AQUELE OLHAR...AQUELE QUE JÁ NÃO EXISTE, DOCE E LÂNGUIDO, QUE FAZ UM CONVITE, CONVITE PARA AMAR...CONSTRUIR NOVA VIDA E SIMPLESMENTE MORAR...DEIXAR A VIDA PASSAR E MORRER...MORRER NA HISTÓRIA DAQUELE MOMENTO E VOLTAR A JANELA DO CASARÃO 200 ANOS DEPOIS E ENCHERGAR O TEMPO MUDANDO, AS IMAGENS INDO EMBORA, PERDENDO-SE NAS OBRAS DO CERRO...A VIDA RETORNANDO, AS CORES VOLTANDO, TRAZENDO NO INFINITO DO TEMPO A AGITAÇÃO A NOVA ERA. PESSOAS QUE PASSAM NO LADRILHO DA PRAÇA, CRIANÇAS QUE CORREM, O SINO QUE TOCA, BUZINAS, CARROS, VIDA...VIDA PULSANDO A TODO MOMENTO E EU PARO, FECHO A JANELA E PENSO: COMO SERÁ CANGUÇU DAQUI A 200 ANOS? E EU, ONDE ESTAREI?
( HOMENAGEM AO MEU QUERIDO CANGUÇU NOS SEUS 200 ANOS DE HISTÓRIA)
VOLTO OS OLHOS NO TEMPO. DA GRANDE JANELA, NO CALOR DA RUA, A PRAÇA QUE HOJE OLHO AOS POUCOS VAI PERDENDO A COR..., O LADRILHO, OS MUROS, AS FLORES, OS CANTEIROS BEM FORMADOS, OS BANQUINHOS DE MÁRMORE E ATÉ OS MONUMENTOS SE PERDEM...A POEIRA DO TEMPO ACENTA NOS BANQUINHOS DE MADEIRA, NA CERQUINHA DE TÁBUAS, NO CHÃO POEIRENTO. E EU VEJO HOMENS COM SEUS CHAPÉUS E BENGALAS PASSAREM MANSAMENTE, NA MEMÓRIA DAS MINHAS LEMBRANÇAS E MULHERES BONITAS, COM FEIÇÕES PORTUGUESAS E ESPANHOLAS...CABELOS FRISADOS, VESTIDOS SÓBRIOS...COMPRIDOS, CHAPÉUS DECORADOS E BONITAS SOMBRINHAS. TUDO ISSO EU VEJO DA JANELA DO CASARÃO.
E VEJO TAMBÉM A RUA, MARCADA DE PASSOS, DAQUELES QUE ANDAM NO RASTRO DA HISTÓRIA E PENSO...DE QUEM SÃO ESTAS MARCAS? PARA ONDE VAI ESTA GENTE QUE VAI E QUE VEM,QUE SOBE A RUA DA GRANDE LADEIRA, PASSA EM FRENTE AO CASARÃO E ME OLHA COM OLHAR DE 200 ANOS PASSADOS; QUE REVERENTE FAZ O SINAL DA CRUZ E ENTRA NA IGREJA, QUE TAMBÉM PERDEU SUA COR...SUA IMPONÊNCIA...SUAS TORRES...SEU SINO E É, NADA MAIS DO QUE UMA SIMPLES CAPELA, TENDO EM LUGAR DE DESTAQUE SUA PIA BATISMAL, FORJADA EM GRANITO PELAS MÃOS HÁBEIS DAQUELE ITALIANO. É DESTE MONUMENTO QUE A MÃO É LEVANTADA E ABENÇOA COM ÁGUA SAGRADA A FRONTE DAQUELES QUE HOJE CRIANÇAS, AMANHÃ HOMENS E DEPOIS NADA...APENAS NOMES PERDIDOS NO TEMPO, NAS PÁGINAS DA HISTÓRIA QUE EU VOU PROCURAR.
PARO, FECHO OS OLHOS,DESCANSO EM MEUS DEVANEIOS E ALGO ME CHAMA ATENÇÃO, PORQUE TANTOS HOMENS ENTRAM NAQUELA CASA GRANDE QUASE NA ESQUINA? O QUE FAZEM LÁ AQUELES SENHORES QUE PARECEM QUERER ESCREVER O DESTINO COM SUAS MÃOS?...VOLTO A MIM E PERCEBO QUE AQUELA JÁ NÃO EXISTE...HOJE MODERNA...NO PASSADO FOI LOCAL ONDE VÁRIAS DECISÕES FORAM TOMADAS E SE PERDEU...PERDEU-SE TAMBÉM NO ENCANTO DO TEMPO O MUDO CINEMA...
AH! QUANTA VIDA MEU DEUS NESTE LUGAR. EU VEJO ATRAVÉS DO VÉU AS PARTIDAS DANÇANTES NO CASARÃO DO OUTRO LADO DA PRAÇA. PARECE QUE ESCUTO OS PASSOS SUBINDO AS ESCADAS, NA CALÇADA E LÁ DENTRO, A FRACA ILUMINAÇÃO, A LIRA TOCANDO, OS OLHARES FURTIVOS, O CHEIRO DO CHARUTO E DE FLOR DE ALFAZEMA SE MISTURAM PELO AR. NO ACORDE DA DANÇA TÃO RESPEITOSA E SINGELA, AQUELE OLHAR...AQUELE QUE JÁ NÃO EXISTE, DOCE E LÂNGUIDO, QUE FAZ UM CONVITE, CONVITE PARA AMAR...CONSTRUIR NOVA VIDA E SIMPLESMENTE MORAR...DEIXAR A VIDA PASSAR E MORRER...MORRER NA HISTÓRIA DAQUELE MOMENTO E VOLTAR A JANELA DO CASARÃO 200 ANOS DEPOIS E ENCHERGAR O TEMPO MUDANDO, AS IMAGENS INDO EMBORA, PERDENDO-SE NAS OBRAS DO CERRO...A VIDA RETORNANDO, AS CORES VOLTANDO, TRAZENDO NO INFINITO DO TEMPO A AGITAÇÃO A NOVA ERA. PESSOAS QUE PASSAM NO LADRILHO DA PRAÇA, CRIANÇAS QUE CORREM, O SINO QUE TOCA, BUZINAS, CARROS, VIDA...VIDA PULSANDO A TODO MOMENTO E EU PARO, FECHO A JANELA E PENSO: COMO SERÁ CANGUÇU DAQUI A 200 ANOS? E EU, ONDE ESTAREI?
( HOMENAGEM AO MEU QUERIDO CANGUÇU NOS SEUS 200 ANOS DE HISTÓRIA)
ZULEICA REYES
Publicado no Recanto das Letras em 23/04/2006