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quarta-feira, 30 de novembro de 2011

Novamente o Natal !


Esta é uma época do ano muito especial, época de dar e receber amor e compreensão; época também de reviver bons momentos, relembrar pessoas queridas, relembrar antigos Natais, sentir saudades do Papai Noel, sentir-se fascinado com as luzes e os enfeites, as bolinhas de Natal coloridas que refletem o nosso rosto, fazendo com que nos sintamos parte daquela árvore tão mágica.
Fecho os olhos e num minuto me vejo criança... como o Natal era diferente! Não sei se realmente era diferente ou se era a minha condição de criança que fazia com que eu sentisse a magia do Natal diferente... Rogo a Deus que as crianças de hoje tenham a mesma emoção e possam guardar recordações tão caras como as que eu guardo com carinho no coração.
Relembrando meus antigos Natais, me vejo menina... roupa nova, pois o dia já tinha todo um ritual: banho as 6 horas da tarde, roupa nova, cabelos bem penteados e íamos, eu e minha irmã, sentar na porta da casa de nossos avós ( Tacico e Jacy) para esperar o Papai Noel, que vinha normalmente na Kombi amarela da Xiru ( fábrica de fumos dos seu Macóta) ou na Kombi vermelha com branco do Bazar Estrela (do Pompeu Barbosa), pois nossos presentes normalmente eram comprados no Bazar Estrela para serem entregues pelo Papai Noel.
Nossa!! nosso coração disparava quando a Kombi fazia a curva e descia para o "Uruguai", como chamavam a cidade depois da curva do Sindicato Rural. Muitas vezes o Papai Noel passava abanando e ia entregar presentes a outras crianças, nós ficávamos ansiosas esperando pela nossa vez.

Lembro de todos os presentes que ganhei das mãos do Papai Noel, entre lágrimas de alegria e de muito medo, pois nós tinhamos um medo enorme daquela figura mágica vestida de vermelho, que normalmente era o Dinael, filho do Sr. Edil e que eu via diariamente, pois além de vizinho, era muito amigo de meu amado tio Beto e ia constantemente na casa de minha avó Jacy... Não importa, naquele dia ele era o Papai Noel, a figura que eu ansiava por ver o ano inteiro, mas que fazia meu coração quase sair pela boca quando o via. Recebi do Papai Noel um bonecão plástico que coloquei o nome de Leonardo, em outra vez, ganhei um bastidor verde com linhas e toalhinhas riscadas com desenhos da turma da Mônica para bordar ( este foi o que mais gostei), uma Corrida Mágica de 2 voltas, uma bola de praia...A magia daquele momento é gravada na minha mente e no meu coração e me faz sentir uma saudade estranha, uma nostalgia, uma sensação de perda indescritível, pois aquela emoção eu não vejo nos olhos das crianças de hoje, talvez seja porque já nascem adultos, tem a inocência, porém não aquela inocência ignorante de tudo que nós tínhamos, pois por mais que queiram ver o Papai Noel, eles sabem que é um personagem de Natal, enquanto que nós acreditávamos que aquela figura era um ser quase divino, que passava o ano inteiro escondido em algum lugar, fabricando presentes para as crianças e nós nos contentávamos com qualquer presente que ele nos dava... nunca... nunca mesmo passava pela nossa cabeça que a mãe e o pai estavam por trás de toda aquela magia.
Eu achava muito estranho que as minhas amigas, Gianni e Mariângela Bettin recebiam seus presentes no outro dia, pois o Papai Noel "deixava" embaixo da árvore... Minha mãe chegou a me perguntar se eu não queria que meu presente estivesse na árvore quando acordasse, mas eu nunca quis, pois nada se comparava a emoção de ganhar um abraço do "Bom Velhinho".
Acho que o que levou este sentimento a desaparecer entre as crianças, é a profusão de Papais Noéis mal vestidos, com máscaras feias que se veem nas portas das lojas, o que fez com que as crianças acostumassem com a figura e não se emocionem mais ao enxerga-lo.



Meus filhos vivendo sua emoção de Natal, ao lado do "Bom Velhinho". Permita Deus que eles também tenham boas lembranças desta época que deveria ser somente de felicidade para todos os homens!


"Que o espírito do Natal se renove e penetre em todos os lares, em todos os corações, fazendo com que cada momento seja mágico ... despertando sentimentos adormecidos, renovando a criança feliz e inocente que vive dentro de cada um de nós e que Deus, na sua infinita bondade, conhecedor que é de todos os nossos problemas e aflições possa vir até nós e elevar nossos espíritos para que possamos viver esta data tão especial, com o coração tranquilo, repartindo com os nossos familiares, amigos, colegas e vizinhos toda esta magia que é o Natal"!

"Que o nosso município receba, neste final de ano, um grande abraço de luz e que esta luz se espalhe por todos os lares, proporcionando a todos um Natal iluminado com a paz do Criador."

quarta-feira, 16 de novembro de 2011

MOVIMENTO ABOLICIONISTA

A partir da guerra do Paraguai, novas idéias entram a agitar a sociedade brasileira, com inevitáveis reflexos em todas as províncias.
A escravatura havia se tornado uma instituição odiosa, verdadeira mancha na civilização brasileira, principalmente considerando que era o Brasil o único país do Ocidente que ainda a conservava.
Durante o prolongado conflito do Paraguai, homens de cor haviam lutado ombro a ombro com os brancos e revelado ótimas qualidades militares, espírito de sacrifício, bravura e alto sentimento de compreensão na defesa da Pátria comum. Contra essa iniquidade que nos envergonhava levamtou-se uma campanha sem trégua.

Fonte: Arthur Ferreira Filho



A ABOLIÇÃO DA ESCRAVATURA EM CANGUÇU




Ao final da Guerra do Paraguai, a Loja Maçônica Fé, integrada em campanha, só por militares, solicitou com veemência, ao Visconde do Rio Branco, maçom de grande influência nos destinos do Império, providência para a extinção da Escravidão.

O espírito libertador foi trazido para Canguçu pelos canguçuenses que combateram no Paraguai, ao comando do Ten. Cel. Honorário do Exército Theóphilo de Souza Matos, comandante do Corpo de Cavalaria da Guarda Nacional de Canguçu.
No retorno da guerra, foram homenageados pela Maçonaria e comunidade, tendo sido libertadas, na cerimônia, duas meninas escravas, no local que passou a ser conhecido como Cerro da Liberdade. Foi orador desta cerimonia coordenada pelo abolicionista e maçom, Enéas Gonzaga Moreira, o professor Antônio Joaquim Bento.
As crônicas sociais nos jornais de Pelotas, vez por outra registravam em Canguçu casamentos em famílias importantes que em comemoração as bodas, os pais dos noivos libertavam alguns escravos. Em 23 de abril de 1883, casaram na igreja matriz Felisberto Piegas e Túlia Luz. Em festejos na casa do noivo, o professor Antônio Joaquim Bento falou sobre o significado do casamento e declarou que estava autorizado, pela mãe do noivo a declarar livre seu escravo Luiz e pelo pai da noiva as suas escravas Feliciana e Carlota e mais o escravo Felipe, por cotização entre os convidados do casamento.
Em 28 de setembro de 1884, na Câmara Municipal de Canguçu, foi organizado o Clube Emancipador de Escravos de Canguçu, presidido pôr Bernardino Pinto Ribeiro, tendo por tesoureiro Enéas Gonzaga Moreira, como secretário Antônio Manoel da Costa, como gerentes Amélia Moreira e Theóphilo Barbosa Matos e como oradora, Túlia Luz. Na praça principal foram lidas 14 cartas de alforrias, sem ônus, conforme assinalou o Correio Mercantil de Pelotas de 16 de outubro de 1884.
Em 2 de maio de 1884, João Paulo Prestes e Henrique do Estreito alforriaram os seus escravos.
Em 2 de abril de 1888, Canguçu que era o 2º município em número de escravos, os declarou todos livres, 40 dias antes da Lei Áurea.



Fonte: Informativo "O Guarapes" Autoria: Cláudio Moreira Bento


A 13 de maio de 1888, realizou este clube, jubilosa comemoração da Lei Áurea no Cerro da Liberdade, que já possuía este nome desde 1870, após foi extinto já que não mais havia razão para sua existência.


O Almanaque da Província do ano de 1887 publicou o número de escravos da Província do Rio grande do Sul por município: Rio Grande 844, Canguçu 839, Encruzilhada 645, Cachoeira 464, São José do Norte 408, Piratini 391, Pelotas 341, Caçapava 323, Gravataí 279, Herval 258, Santa Vitória 255, Santo Antônio da Patrulha 252, Rio Pardo 232, São Jerônimo 225, São Francisco de Paula 225, Osório 220, Santo Amato 109, São Martinho 157, São Sepé 153, Jaguarão 142, Soledade 140, Cruz Alta 131, Dom Pedrito 117, Pinheiro Machado 112, Lagoa Vermelha 93, Bagé 82, Arroio Grande 73 e Porto Alegre 58.


FONTES: -Revista do Centenário de Pelotas e Arquivo Nº 2- Museu Histórico Municipal Capitão Henrique José Barbosa



Dia 20 de novembro, dia Nacional da Consciência Negra, dia de um verdadeiro abraço de irmãos... abraço daqueles que não olham a cor da pele e sim, o que está no coração.


Valeu Zumbi !