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quarta-feira, 28 de dezembro de 2011

E lá se vão 115 anos

Club Harmonia



Na noite do dia 16 do corrente ( janeiro de 1897), ás 8 horas da noite, na sala das sessões do club Harmonia, presentes todos os sócios e um grande número de pessoas gradas de nossa primeira sociedade, teve lugar a instalação do club, executando a banda de música Santa Roza, escolhidas peças de seu repertório. Foi uma grande festa, bastante agradável. Fez uma bonita locução o presidente da sociedade, o Tenente Franklin Máximo Moreira. O Sr. João Miguesl de Moraes leu uma locução ofertando ao presidente da sociedade, em nome do Dr. Manoel Ferreira Escobar, um bonito ramalhete de flores.


As galantes meninas, Ana e Maria Luiza, filhas do nosso amigo Henrique Maria Lopes, também offertaram dois magníficos ramalhetes de flores ao presidente da sociedade.
O Sr. Franklin com enthusiasmos agradeceu. Usou da palavra fazendo longas considerações a cerca de sociedades congeneres a que se acabava de instalar, o cidadão Bernardino Alves Bastos. O Dr. Escobar Júnior, não podendo assistir a festa da instalação, dirigiu um ofício ao presidente e mais membros da diretoria, saudando a sociedade e offerecendo seu valioso concurso, propondo leccionar matérias do curso secundário aos que se matricularem nas aulas do club.



O Sr. Tenente- Coronel Leão Terres offertou um bilhar á sociedade. Foi conferido o diploma de sócio honorário á banda de música Santa Roza.



Foi nomeado o procurador da sociedade o Sr. Antônio André Pinto.O Sr. Franklin M. Moreira offereceu a jóia de 50R000. O Sr. Angenor Cunha, pos a disposição do Club 20R000. Instalou-se a sociedade com 55 sócios fundadores, porém em pouco tempo atingirá 150 sócios effectivos.



A casa onde funciona a sociedade, é o sobrado do Sr. João Leite, uma das maiores e melhores propriedades desta villa.



Transcrito do Jornal "O Ìris" de 24 de janeiro de 1897 nº 4 Anno II
Arquivo do Museu Municipal "Capitão Henrique José Barbosa"


( OBS: A grafia segue conforme documento original )



Inauguração da nova sede do Clube Harmonia em 25 de setembro de 1936
Arquivo de Fotográfico do Museu Municipal Capitão Henrique José Barbosa



O Clube Harmonia ficou famoso na região por seus bailes de gala, elegantes e refinados, frequentados pela " alta" sociedade canguçuense ( pelo menos era assim a expressão da época) e pelos fantásticos carnavais de salão do passado, onde os blocos de carnaval enchiam de colorido e alegria o salão do Harmonia.

Fui frequentadora assídua do Clube Harmonia na minha juventude. Para lá iamos em noites de festas ou simplesmente conversar, encontrar com as amigas, enquanto os meninos jogavam bilhar.

Era realmente muito bom frequentar os salões dos Clubes Harmonia e Cruzeiro...

Pena que os tempos mudam e hoje estes já não chamam a atenção dos jovens como no passado.




Jovens aproveitando as festas oferecidas pelo Clube Harmonia.



Antônio Farias Reyes, Armando Morales, Plinio Soares, Carlos Domingos Jacondino e outros dois amigos que não reconheci.

Álbum de família






Casais em baile oferecido pelo Clube Harmonia no início da década de 60
Meus pais: Antônio e Neifa Goulart Reyes e os tios Nilton e Cléia Porto Almeida




FOTOS : Álbum de família

quarta-feira, 30 de novembro de 2011

Novamente o Natal !


Esta é uma época do ano muito especial, época de dar e receber amor e compreensão; época também de reviver bons momentos, relembrar pessoas queridas, relembrar antigos Natais, sentir saudades do Papai Noel, sentir-se fascinado com as luzes e os enfeites, as bolinhas de Natal coloridas que refletem o nosso rosto, fazendo com que nos sintamos parte daquela árvore tão mágica.
Fecho os olhos e num minuto me vejo criança... como o Natal era diferente! Não sei se realmente era diferente ou se era a minha condição de criança que fazia com que eu sentisse a magia do Natal diferente... Rogo a Deus que as crianças de hoje tenham a mesma emoção e possam guardar recordações tão caras como as que eu guardo com carinho no coração.
Relembrando meus antigos Natais, me vejo menina... roupa nova, pois o dia já tinha todo um ritual: banho as 6 horas da tarde, roupa nova, cabelos bem penteados e íamos, eu e minha irmã, sentar na porta da casa de nossos avós ( Tacico e Jacy) para esperar o Papai Noel, que vinha normalmente na Kombi amarela da Xiru ( fábrica de fumos dos seu Macóta) ou na Kombi vermelha com branco do Bazar Estrela (do Pompeu Barbosa), pois nossos presentes normalmente eram comprados no Bazar Estrela para serem entregues pelo Papai Noel.
Nossa!! nosso coração disparava quando a Kombi fazia a curva e descia para o "Uruguai", como chamavam a cidade depois da curva do Sindicato Rural. Muitas vezes o Papai Noel passava abanando e ia entregar presentes a outras crianças, nós ficávamos ansiosas esperando pela nossa vez.

Lembro de todos os presentes que ganhei das mãos do Papai Noel, entre lágrimas de alegria e de muito medo, pois nós tinhamos um medo enorme daquela figura mágica vestida de vermelho, que normalmente era o Dinael, filho do Sr. Edil e que eu via diariamente, pois além de vizinho, era muito amigo de meu amado tio Beto e ia constantemente na casa de minha avó Jacy... Não importa, naquele dia ele era o Papai Noel, a figura que eu ansiava por ver o ano inteiro, mas que fazia meu coração quase sair pela boca quando o via. Recebi do Papai Noel um bonecão plástico que coloquei o nome de Leonardo, em outra vez, ganhei um bastidor verde com linhas e toalhinhas riscadas com desenhos da turma da Mônica para bordar ( este foi o que mais gostei), uma Corrida Mágica de 2 voltas, uma bola de praia...A magia daquele momento é gravada na minha mente e no meu coração e me faz sentir uma saudade estranha, uma nostalgia, uma sensação de perda indescritível, pois aquela emoção eu não vejo nos olhos das crianças de hoje, talvez seja porque já nascem adultos, tem a inocência, porém não aquela inocência ignorante de tudo que nós tínhamos, pois por mais que queiram ver o Papai Noel, eles sabem que é um personagem de Natal, enquanto que nós acreditávamos que aquela figura era um ser quase divino, que passava o ano inteiro escondido em algum lugar, fabricando presentes para as crianças e nós nos contentávamos com qualquer presente que ele nos dava... nunca... nunca mesmo passava pela nossa cabeça que a mãe e o pai estavam por trás de toda aquela magia.
Eu achava muito estranho que as minhas amigas, Gianni e Mariângela Bettin recebiam seus presentes no outro dia, pois o Papai Noel "deixava" embaixo da árvore... Minha mãe chegou a me perguntar se eu não queria que meu presente estivesse na árvore quando acordasse, mas eu nunca quis, pois nada se comparava a emoção de ganhar um abraço do "Bom Velhinho".
Acho que o que levou este sentimento a desaparecer entre as crianças, é a profusão de Papais Noéis mal vestidos, com máscaras feias que se veem nas portas das lojas, o que fez com que as crianças acostumassem com a figura e não se emocionem mais ao enxerga-lo.



Meus filhos vivendo sua emoção de Natal, ao lado do "Bom Velhinho". Permita Deus que eles também tenham boas lembranças desta época que deveria ser somente de felicidade para todos os homens!


"Que o espírito do Natal se renove e penetre em todos os lares, em todos os corações, fazendo com que cada momento seja mágico ... despertando sentimentos adormecidos, renovando a criança feliz e inocente que vive dentro de cada um de nós e que Deus, na sua infinita bondade, conhecedor que é de todos os nossos problemas e aflições possa vir até nós e elevar nossos espíritos para que possamos viver esta data tão especial, com o coração tranquilo, repartindo com os nossos familiares, amigos, colegas e vizinhos toda esta magia que é o Natal"!

"Que o nosso município receba, neste final de ano, um grande abraço de luz e que esta luz se espalhe por todos os lares, proporcionando a todos um Natal iluminado com a paz do Criador."

quarta-feira, 16 de novembro de 2011

MOVIMENTO ABOLICIONISTA

A partir da guerra do Paraguai, novas idéias entram a agitar a sociedade brasileira, com inevitáveis reflexos em todas as províncias.
A escravatura havia se tornado uma instituição odiosa, verdadeira mancha na civilização brasileira, principalmente considerando que era o Brasil o único país do Ocidente que ainda a conservava.
Durante o prolongado conflito do Paraguai, homens de cor haviam lutado ombro a ombro com os brancos e revelado ótimas qualidades militares, espírito de sacrifício, bravura e alto sentimento de compreensão na defesa da Pátria comum. Contra essa iniquidade que nos envergonhava levamtou-se uma campanha sem trégua.

Fonte: Arthur Ferreira Filho



A ABOLIÇÃO DA ESCRAVATURA EM CANGUÇU




Ao final da Guerra do Paraguai, a Loja Maçônica Fé, integrada em campanha, só por militares, solicitou com veemência, ao Visconde do Rio Branco, maçom de grande influência nos destinos do Império, providência para a extinção da Escravidão.

O espírito libertador foi trazido para Canguçu pelos canguçuenses que combateram no Paraguai, ao comando do Ten. Cel. Honorário do Exército Theóphilo de Souza Matos, comandante do Corpo de Cavalaria da Guarda Nacional de Canguçu.
No retorno da guerra, foram homenageados pela Maçonaria e comunidade, tendo sido libertadas, na cerimônia, duas meninas escravas, no local que passou a ser conhecido como Cerro da Liberdade. Foi orador desta cerimonia coordenada pelo abolicionista e maçom, Enéas Gonzaga Moreira, o professor Antônio Joaquim Bento.
As crônicas sociais nos jornais de Pelotas, vez por outra registravam em Canguçu casamentos em famílias importantes que em comemoração as bodas, os pais dos noivos libertavam alguns escravos. Em 23 de abril de 1883, casaram na igreja matriz Felisberto Piegas e Túlia Luz. Em festejos na casa do noivo, o professor Antônio Joaquim Bento falou sobre o significado do casamento e declarou que estava autorizado, pela mãe do noivo a declarar livre seu escravo Luiz e pelo pai da noiva as suas escravas Feliciana e Carlota e mais o escravo Felipe, por cotização entre os convidados do casamento.
Em 28 de setembro de 1884, na Câmara Municipal de Canguçu, foi organizado o Clube Emancipador de Escravos de Canguçu, presidido pôr Bernardino Pinto Ribeiro, tendo por tesoureiro Enéas Gonzaga Moreira, como secretário Antônio Manoel da Costa, como gerentes Amélia Moreira e Theóphilo Barbosa Matos e como oradora, Túlia Luz. Na praça principal foram lidas 14 cartas de alforrias, sem ônus, conforme assinalou o Correio Mercantil de Pelotas de 16 de outubro de 1884.
Em 2 de maio de 1884, João Paulo Prestes e Henrique do Estreito alforriaram os seus escravos.
Em 2 de abril de 1888, Canguçu que era o 2º município em número de escravos, os declarou todos livres, 40 dias antes da Lei Áurea.



Fonte: Informativo "O Guarapes" Autoria: Cláudio Moreira Bento


A 13 de maio de 1888, realizou este clube, jubilosa comemoração da Lei Áurea no Cerro da Liberdade, que já possuía este nome desde 1870, após foi extinto já que não mais havia razão para sua existência.


O Almanaque da Província do ano de 1887 publicou o número de escravos da Província do Rio grande do Sul por município: Rio Grande 844, Canguçu 839, Encruzilhada 645, Cachoeira 464, São José do Norte 408, Piratini 391, Pelotas 341, Caçapava 323, Gravataí 279, Herval 258, Santa Vitória 255, Santo Antônio da Patrulha 252, Rio Pardo 232, São Jerônimo 225, São Francisco de Paula 225, Osório 220, Santo Amato 109, São Martinho 157, São Sepé 153, Jaguarão 142, Soledade 140, Cruz Alta 131, Dom Pedrito 117, Pinheiro Machado 112, Lagoa Vermelha 93, Bagé 82, Arroio Grande 73 e Porto Alegre 58.


FONTES: -Revista do Centenário de Pelotas e Arquivo Nº 2- Museu Histórico Municipal Capitão Henrique José Barbosa



Dia 20 de novembro, dia Nacional da Consciência Negra, dia de um verdadeiro abraço de irmãos... abraço daqueles que não olham a cor da pele e sim, o que está no coração.


Valeu Zumbi !





domingo, 30 de outubro de 2011

Ciranda Estudantil Nativista- CIENA






CIENA- 2011

A Ciranda Estudantil Nativista- CIENA, este ano completa seus 25 anos, sendo reconhecido como um dos festivais estudantis mais importantes de nosso Estado. A CIENA tem como objetivo, despertar na comunidade estudantil o reaquecimento dos valores que constituem a cultura gaúcha, através da preservação, valorização e divulgação da arte, da tradição e da cultura do Rio Grande do Sul.

A Ciranda Estudantil Nativista em sua 25ª edição que se realiza nos dias 03,04 e 05 de novembro de 2011, conta com 50 escolas participantes, entre as redes Municipal, Estadual e Particular; 1227 alunos participando de um total de 786 apresentações artísticas e culturais.

Este ano será realizada em 3 dias, tendo início na quinta-feira, dia 03 de novembro, no Cine Teatro 27 de Junho – Antônio Joaquim Bento, com apresentações de canto individual masculino e feminino, nas categorias de Pré escola, 1º a 3º ano e 4º a 6º ano. A partir das 20 horas teremos no Ginásio Municipal de Esportes a abertura deste evento tão importante para a comunidade estudantil do município, com apresentações de invernadas artísticas, dos CTGs Sinuelo, Raul Silveira e Tropeiros da Amizade, homenagens especiais e show com o grupo musical Cantapago.

As modalidades apresentadas na CIENA são:
declamação (masculino e feminino);
canto coletivo;
canto individual (masculino e feminino);
danças tradicionais (bailados riograndenses) e concurso de entradas;
gaita (tecla ou de botão);
violão;
trabalhos manuais;
desenho a mão livre;
causos;
dança de salão.

As apresentações são dividas em 6 categorias:
a) Pré-escola;
b) 1º ao 3º ano;
c) 4º, 5º e 6º anos ou 3ª, 4ª e 5ª séries;
d) 7º, 8º e 9º anos ou 6ª, 7ª e 8ª séries;
e) EJA (Ensino Fundamental);
f) Ensino Médio (EJA e Regular).

Contamos este ano com apresentações especiais de Chula.

Foi aberta a modalidade de apresentação especial em trova, porém não tivemos alunos inscritos.








sexta-feira, 9 de setembro de 2011

07 de Setembro

Semana Da Pátria, época de resgatar todo o sentimento de patriotismo, que muitas vezes encontra-se adormecido no decorrer do ano.
Esta época nos faz pensar no quanto o a educação cívica, e o resgate do conhecimento histórico de datas tão importantes, que durante a Ditadura Militar era cobrada nas escolas através da disciplina de Moral e Civica está nos fazendo falta para que se formem cidadãos conscientes de seus direitos e principalmente de seus deveres, deveres estes que devem ser cumpridos e não estimularmos as crianças a ( como diz o gaúcho) aprender a “enredar o rastro”, dando uma de espertos e deixando de cumprir o que é de sua obrigação.
Seguidamente ouvimos pessoas depreciando nossa história, ridicularizando nossos “heróis”, querendo fazer crer que momentos históricos como o que vivemos no 07 de setembro não tem valor,não são significativos, argumentando que somente trocamos de dono e que fomos e seremos um pais servil, que vive a sombra dos grandes. Discordo de todas estas idéias, nossa história foi a que vivemos, talvez não a que gostaríamos de ter vivido, mas dela temos que tirar importantes lições; outros países que talvez muitos considerem com uma história mais significativa, talvez tenham mais motivos para vergonha do que nós brasileiros.
O fato é que nosso Hino, nossa Bandeira, nossa Pátria, são parte de cada um de nós e deles devemos nos orgulhar.

É apartir da Educação que se desenvolvem todos os outros segmentos importantes ao desenvolvimento da nossa Nação. Só com profissionais altamente educados e bem formados, cidadãos, na essência da palavra, é que poderemos construir o país que todos sonhamos.

Parabéns as Escolas Municipais, Estaduais e Particulares que desfilaram no dia 07 de setembro, proporcionando a todos um belo espetáculo.

Hora de relembrar...

No tempo em que eu estava no Ensino Fundamental, os defiles em homenagem a Pátria eram bem difentes. Desfilavamos marchando, uniformizados, com distintivo da escola e usando uma fita verde amarela no braço.
Tempo maravilhoso aquele, disputas entre as duas bandas locias, não raramente terminavam com alguns tapas. A banda do Aparecida, apelidada pelos adversários como a banda dos "corvos" ( em alusão ao hábito escuro usado pelas irmãs) e a banda do João de Deus Nunes, a quem chamavamos de "Tomate podre" ( referindo-nos ao uniforme vermelho e azul marinho).
Naquela época a banda do Aparecida abria o dia Cívico às 8 horas no Altar da Pátria, com o hasteamento das Bandeiras e o Joaõ de Deus encerrava o dia Cívico com o arriamento das Bandeiras às 17 horas; no outro dia acontecia o inversso, assim era por toda a semana, culminando com o grande desfile de 07 de Setembro.



Lindo! Tudo isto era muito bom... Saudades!!!









Meu primeiro Desfile Cívico - "Jardim da Infância Cantinho do Saber "do Grupo Escolar Irmãos Andradas - 1970 - Foto de Família








Colégio Nossa Senhora Aparecida - Semana da Pátria 1940


Foto: Arquivo do Museu Municipal Cap. Henrique José Barbosa






Banda no Ginásio Estadual João de Deus Nunes - Semana da Pátria 1972


Foto: Arquivo Museu Municipal Cap. Henrique José Barbosa

sexta-feira, 26 de agosto de 2011

50 anos da Campanha da Legalidade

Muito se tem falado sobre a Campanha da Legalidade. A RBS exibiu aos sábados uma série de programas comemorando os 50 anos desta Campanha que movimentou o cenário político do país na década de 60. É claro que um movimento de importância ímpar só poderia ter nasci do no Rio Grande do Sul.
A Legalidade foi um do maiores movimentos populares do Brasil. A reação de Leonel Brizola ao golpe dos militares para impedir a posse de João Goulart na Presidência da República, após a renúncia de Jânio Quadros , no dia 25 de agosto de 1961, mudou a História política brasileira. A firmeza de Brizola no episódio fez dele um líder nacional e retardou a conspiração da direita que somente se concretizou no golpe militar de 64.
O dia 26 de agosto, data da Legalidade, faz parte do calendário de lutas do povo brasileiro pelo respeito a seus direitos políticos.
De volta ao passado...
O personagem mais importante deste episódio histórico, sem dúvida foi Leonel Brizola e foi
também um dos personagens mais famosos de minha infância, pois criada entre Brizolistas de coração:
meus pais, avós, meu tio e também alguns vizinhos, passei boa parte da minha infância e juventude
com anseios de ver o líder, Leonel Brizola, de volta ao país e com a certeza de que quando isso acontecesse
teríamos eleições diretas para Presidente da República e então ele (Brizola), ocuparia o lugar no cenário
político brasileiro que nós, Brizolistas, tanto esperávamos.
Cresci com esta ilusão, meu avô e meu pai contavam-me fatos interessantíssimos da história
política do país e, para mim, Brizola era o homem que se enquadrava nas palavras: honra, justiça,
destemor. Sinto que nada tenha saído como tantos esperavam e que ele, Brizola, nunca tenha chegado a Presidência, deixando-nos sempre a dúvida " Como seria?"

Fotografia de Antônio Farias Reyes, meu pai, cumprimentando Leonel Brizola, em uma de suas vindas a Canguçu. 

Meu pai foi um dos fundadores do Partido Democrático Trabalhista (PDT) em Canguçu, juntamente com Anatalino Vergara, Aureo Klain, João Francisco de Mattos, Francisco Assis Morales Nunes, e tantos outros que no momento não lembro, somente uma coisa nunca esqueci... o entusiasmo daqueles homens quando houve a abertura política, quando os novos partidos passaram a ser criados.
Aos 18 anos, fiz meu título de eleitora ( na época só poderia ser feito aos 18 anos) e imediatamente me filei ao Partido; tenho ótimas recordações das reuniões da "Ala Jovem", quando liderados por João Manoel Machado Nunes, o Batatão, íamos a comícios, realizávamos todos estes trabalhos que antecedem uma campanha eleitoral. Nosso grupo contava com a presença do Newton Vergara, o Nevinho, querido amigo que tão cedo partiu e a quem o grande amigo de meu pai, Anatalino, dizia ser o seu sucessor na política; rindo claramente da situação do pobre do "Antoninho", porque não tinha filho homem para lhe suceder, o que não raramente terminava com desafio de discursos empolgados entre eu e o Nevo para saber quem era o melhor. Bons tempos... lindas lembranças!
Tudo passa na vida! Os maus momentos e também os bons... e ai passamos a lembrar com saudades. Fui a única companheira política de meu pai, pois minha mãe e irmã não gostavam do envolvimento, sendo assim, juntos vivíamos intensamente cada campanha política.
Em poucos momentos na vida vi meu pai tão arrasado como quando soube da morte de Brizola...chorou como criança... muito por pesar e, talvez, mais ainda por já se sentir tão frágil pela doença da qual era vítima, que ia lhe tirando as forças dia a a dia. O que sei é que disse que não mais queria falar em política, que não votaria mais, que tudo era página virada.
E foi mesmo, Brizola foi o seu grande ídolo e ao morrer levou com ele grande parte da história de vida de meu pai; foram anos e anos dedicados a defender com unhas e dentes aquele a quem acreditava ser o verdadeiro "Salvador da Pátria". Dentre aqueles que me lembro, morreram Brizolistas, Meu pai, meu avô Otacílio Goulart, Áureo Klain, Anatalino Vergara, Mariozinho Silveira, Antoninho Rodrigues, e tantos outros canguçuenses.
Parabéns a todos os brasileiros que conseguiram, com sua luta vencer a ditadura que calou este país por vinte anos.
Embora muito tempo depois... Parabéns ao Brizola pela coragem e destemor de afrontar os poderosos montando a "Cadeia da Legalidade" e mostrar aos demais, que pode o restante do país ficar calado, mas se alguém levantar a voz, com certeza será um gaúcho.


sexta-feira, 19 de agosto de 2011

Primavera... O milagre da vida

Dia sombrio, fechado, sem sol...
Dia sem vida, sem alegria...
Dias como este trazem a mente
Memórias esquecidas, fatos sepultados...
Coisas pesadas como o tempo que se arrasta.
Sinto-me em um dia destes
Como uma sombra que busca a luz...
Sinto o peso da vida, como um copo que transborda....
Mas há o grande milagre da vida!
Tão certo como depois da noite vem o dia!
A primavera chegará ...
Carregada de perfume,
De flores, de pássaros que enfeitarão o céu,
Que cantarão para alegrar o novo dia!
Primavera! Primavera!
Vaporosa, perfumada, clara, cheia de luz!
Sepulta para sempre a tristeza do inverno...
Leva contigo e não deixa voltar!
Aquece, acaricia e abraça,
Pinta de ouro os caminhos
Por onde passará a carruagem da vida
Enfeitada de flores...
Coberta de amores...
Primavera...Para sempre... Para sempre
Como pássaro que voa para o infinito!

terça-feira, 9 de agosto de 2011

Carnaval de Inverno



A poucos dias tivemos o Carnaval de Inverno no Clube Harmonia; conversando com a gurizada, a grande maioria deles achou o evento um sucesso. A resposta mais ouvida foi " -Tia tava ótimo".
Que bom que gostaram e se divertiram...


( Zé Carioca - Simbolo do Bloco Carnavalesco Deixa Falar)



Olhando as fotografias, fiquei com saudades dos Carnavais da minha época, quando o clube ficava colorido com tantas fantasias; pena que o mesmo não aconteça nos carnavais de verão.

As coisas mudam com o tempo e tenho certeza que muitos pais hoje, não ficam tão tranquilos com a saída de seus filhotes para irem a estes eventos tão "sensacionais".

Mas o que eu gosto mesmo é de relembrar e pensando nisso, lembro do primeiro baile de Carnaval de Inverno no Clube Harmonia, foi no ano de 1988, ano em que fui Rainha do Carnaval no Harmonia e naquela época eu também achei um sucesso... " Bons tempos aqueles!"

Nos anos seguintes fizemos grandes Carnavais de Inverno com o nosso Bloco Carnavalesco "Deixa Falar" que por 10 anos animou o salão do Harmonia junto com outros blocos : Os Maconeiros, Os Bugres, Sacarrolha, ET, 7 Belo, As Bruxas, Os Bussão, Os Guris, As Gurias, Los Tarados, Pru ano sai Mió, e tantos outros...

Tenho resistência em aceitar todo o sucesso dos carnavais de hoje, parece sempre que no meu tempo era melhor, mais tranquilo, mais saudável, mais divertido, porém, tenho a certeza que os jovens de hoje também um dia dirão: -"No meu tempo era muito melhor ! Aquilo sim era carnaval, nós é que sabíamos nos divertir !"



Fotos : Bloco Carnavalesco "Deixa Falar" nos Carnavais de Inverno de 1990 e 1993

sexta-feira, 15 de julho de 2011

De mãos dadas




Nada existe no mundo que não se defina,
Tu, porém, meu filho amado...
Procuro incessantemente palavras que possam traduzir

toda a tua grandeza e não encontro.
Não sei como te definir...
Procuro dizer que és apenas um menino;
Mas sei que tens muito e muito tempo de caminhada terrena.
Sei que és muito antigo,
e que de mãos dadas já atravessamos muitas linhas no tempo e no espaço.
Percebo a grandeza de teu carater,
Admiro...
Tanta lucidez, tanta coragem, tanta aceitação.
És como uma pérola...
Abre-se a concha e enchem-se os olhos!
O tempo lapida almas...
És meu diamante lapidado;
É no brilho do teu olhar e no teu sorriso franco
Que vejo a beleza da vida.
Quero segurar forte a tua mão, meu filho...
Hoje, amanhã, eternamente,
Para sempre e como sempre...
Te amo meu filho amado... te amo...Para sempre!




Parabéns meu filho querido! Tua conquista é a nossa alegria!

Nos orgulhamos pelo 8º lugar conquistado no processo seletivo de Quimica - IF-SUL-2011

sexta-feira, 8 de julho de 2011

Pequeno Príncipe


Teus olhos são duas contas,
Duas estrelas,
Dois sóis,
Teus olhos me encantam
Me seduzem...

Quanta inteligência,
Criatividade infinita...
Buscas respostas a tudo...
Tudo perguntas,
Tudo entendes...

Voas nas asas da imaginação,
Brincas como criança,
Consolas como adulto...
A todos encantas!!!

Teus olhos são dois sóis
Que enchem a minha vida
De vida, de alegria e de encantamento...

Tua mão pequenina
Tão forte, tão ágil, decidida
Segura minha mão
Com carinho de pequenino filho
Que busca carinho de mãe.

Sei que um grande futuro te espera,
Tão lindo, tão certo, alegre e feliz...
Tua imaginação te leva às alturas
E crias e inventas...
E não deixas jamais de sonhar.

Tuas idéias voam como sementes ao vento
E eu sei que sempre irão germinar,
Como tu, lindo, alegre e perfeito...
Meu filho querido!

Serás com certeza
Como frondosa árvore,
Além de frutos, encantarás...
Darás sombra amiga e a todos acolherás...

Deus te abençoe meu lindo!
Pedaço de um sonho
Tão bom de sonhar!
Amanhã, quando cresceres
Ainda serás meu...
Meu pequeno,
Meu mundo,
Pedaço tão grande da minha vida!

Meu filho adorado
Te amo!
Te amo!
Te amo!
Te verei para sempre
Como meu Pequeno Príncipe
E para todo o sempre vou te amar !

Para o meu querido Eduardo

Parabéns meu filho,
Tenho muito orgulho do meu Mini Presidente da Câmara de Vereadores!